Linha do BNDES para pequenas empresas pagarem salários tem uso de apenas 1%
A linha de crédito emergencial operada pelo BNDES dirigida para ajudar empresas médias e pequenas a pagarem salários teve aprovada até agora cerca de 1% da dotação orçamentária, segundo dados divulgados nessa quinta-feira pelo banco de fomento.
A proposta do governo federal é de que a linha seja usada pelas empresas por dois meses, em duas tranches de 20 bilhões. Até agora, no entanto, foram aprovadas operações apenas 206,7 milhões de reais em empréstimos. Foram 9.995 operações aprovadas para esse fim até agora.
O financiamento é dirigido a empresas com faturamento anual entre 360 mil e 10 milhões de reais. Como condição para tomar o empréstimo, o empresário não pode demitir empregados. O banco estimou no início da operação que poderiam ser beneficiadas 1,4 milhão de empresas e 12,2 milhões de pessoas.
O Programa Emergencial de Suporte a Empregos voltado para a folha de pagamento foi anunciado em 27 de março pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e ficou disponível em 8 de abril.
“Ainda estamos com dados de abril; quando virarmos a folha de maio teremos uma noção mais clara”, disse uma fonte próxima as operações”, análise confirmada por uma segunda fonte a par do assunto. Ambas as pessoas pediram anonimato.
Dentre as demais medidas adotadas para tentar conter o impacto econômico do coronavírus, o BNDES criou uma linha de dois bilhões de reais para financiar a compra de equipamentos médicos para combater a pandemia e outra de cinco bilhões para capital de giro de pequenas e médias empresas, além da suspensão por seis meses da amortização de empréstimos tomados atuais.
Segundo dados do BNDES, na linha de capital de giro para empresas com faturamento anual de até 300 milhões de reais já foram aprovadas operações que somam 1,4 bilhão de reais.
Outros cinco bilhões de reais foram aprovados para suspensão temporária dos pagamentos de parcelas de empréstimos. Já o crédito para área da saúde teve até agora apenas quatro operações aprovadas, com um valor total de 163 milhões de reais.
Mais cedo nesta quinta-feira, o presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari, disse que o governo provavelmente terá que fazer ajustes nas linhas de crédito para financiar o pagamento de salários, uma vez que a demanda pelo produto tem sido menor do que a esperada.