Limite dos cartões cai mesmo com faturas em dia nos EUA
Emissores de cartões de crédito dos EUA estão começando um movimento de recuada, embora os consumidores estejam mantendo as contas em dia durante a pandemia do coronavírus.
O limite total em novas contas diminuiu 8,3% no segundo trimestre em relação a um ano antes, para US$ 78 bilhões. Foi a primeira queda em mais de dois anos, de acordo com dados compilados pela TransUnion.
O limite médio para novas contas caiu 9% para US$ 5.257, com retração em todos os níveis de risco associado ao tomador de empréstimo.
“As principais instituições financeiras fizeram uma avaliação de seus padrões de empréstimo — ou de quem vão aprovar — e, em segundo lugar, quanto limite vão dar”, disse Paul Siegfried, vice-presidente sênior e responsável pela divisão de cartões de crédito da TransUnion. “Consumidores estão recebendo limites novos menores”
Até agora, os consumidores têm conseguido manter os pagamentos das faturas de cartão de crédito. A parcela em atraso de pelo menos 90 dias encolheu para 1,47% no trimestre, ou 0,24 ponto percentual a menos que um ano antes, de acordo com a TransUnion.
E ajudados por estímulos sem precedentes do governo federal, os consumidores aceleraram o pagamento das dívidas contraídas no cartão.
Instituições como a Discover Financial Services têm fechado contas inativas para não se tornarem o último recurso para os endividados. Segundo outra pesquisa, divulgada pela CompareCards no mês passado, cerca de 70 milhões de pessoas tiveram o limite do cartão reduzido ou a conta fechada nos dois meses anteriores.
A retração é consequência da reavaliação dos riscos que os credores enfrentam em suas carteiras de cartões, que cresceram muito nos últimos anos, quando os bancos passaram a oferecer recompensas e vantagens e disputaram alianças lucrativas de cartões de marca conjunta com redes de hotéis e companhias aéreas.
Agora, muitos credores não sabem sequer quantos clientes conseguiram manter o emprego após a pandemia derrubar a economia global.
“Não existe uma boa referência histórica”, disse Matt Komos, vice-presidente de pesquisa e consultoria da TransUnion. “Por isso parece estão fazendo um voo cego.”