Light tem queda de mais de 2% depois da divulgação do balanço do 3º trimestre
As ações da elétrica Light (LIGT3) operam com forte queda durante a tarde desta quinta-feira (14) na bolsa paulista.
A companhia reportou lucro líquido de R$ 1,5 bilhão no terceiro trimestre, frente a R$ 6 milhões no mesmo período do ano passado, com impulso da receita financeira do reconhecimento do trânsito em julgado do processo judicial de exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins.
Mesmo assim, por volta das 16h33 os ativos eram negociados com perdas de 2,33% a R$ 19,24. A baixa é influenciada pelos números sem efeito dos ganhos extraordinários.
O Ebitda ajustado consolidado atingiu R$ 1,1 bilhão no período, aumento de R$ 749 milhões na comparação anual também decorrente da receita extraordinária relativa ao processo judicial, conforme a empresa informou na noite de quarta-feira.
Excluindo os efeitos não-recorrentes, o Ebitda seria de 291 milhões de reais, redução de 13,2% na comparação anual, explicado pelo aumento das contingências.
A Light havia informado em agosto que transitou em julgado no Tribunal Regional Federal da 2ª Região uma decisão que reconhecia o direito de sua subsidiária Light SESA excluir o ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins, com efeito retroativo a janeiro de 2002.
As perdas totais sobre a carga fio (12 meses) em setembro totalizaram 25,93%, praticamente em linha com o resultado de junho, disse a Light.
Na visão do BTG Pactual (BPAC11), enquanto os resultados continuam decepcionantes, a Light vem implementando gradualmente diferentes ações com o objetivo de melhorar a eficiência, como a contratação de funcionários para aumentar o controle e a produtividade, a remuneração dos prestadores de serviços com base na taxa de sucesso no combate à queda de energia, medir adequadamente o consumo de clientes de baixa tensão, melhorando a coleta de energia.
Os analistas reconhecem que a recuperação é um processo demorado, mas esperam que essas estratégias valham a pena no futuro.
Eles enxergam o ativo negociado a 0,98x EV/RAB e, uma vez que se torne uma concessão sustentável, poderá se transformar em uma meta de M&A para outros grupos. Isso mantém a recomendação de compra do banco.