Light sobe 30% após Cemig anunciar venda; estatal mineira tem alta de 10% e volumes disparam
Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini
A Cemig anunciou ontem que deve deixar controle da Light, o que fez as ações dispararem hoje na B3. A ação preferencial (PN, sem voto) da Cemig ganha 10% e é a segundo mais negociada na Bovespa, enquanto a ordinária (ON, com voto) da Light tem alta de 30%, com o quarto maior volume do dia.
Ontem, o conselho de administração da Cemig aprovou o processo de alienação da totalidade de sua participação, direta e indireta, no capital social da Light, que totaliza cerca de 43% do capital. Essa decisão está alinhada com o plano de venda de ativos da estatal mineira, para reduzir seu endividamento, de cerca de R$ 8,2 bilhões vencendo até 2018. “A novidade pode dar algum fôlego para os papéis da Cemig no curto prazo”, diz a corretora Coinvalores.
Já no caso da Light, em que pese à falta de informações a respeito de como será realizada essa alienação, a possibilidade de entrada de um controlador privado e com recursos para a realização dos investimentos necessários tende a favorecer o desempenho de suas ações, diz a corretora.
Pactual vê preço da Light a R$ 32
Já o BTG Pactual considerou essa uma ótima notícia. “Não sabemos como se dará o processo, mas entendemos que buscar um estratégico seja a melhor forma de maximizar valor para a Cemig”, diz o banco. Os possíveis candidatos nesse caso seriam Equatorial a Enel, acredita o BTG. “Achamos que a Light pode ser vendida perto de uma vez o valor do negócio sobre a base de ativos regulatórios (EV/RAB), dependendo da competição pelo ativo, o que implicaria ver a Light a R$ 32”, diz o relatório.
A empresa esta hoje sendo negociada a R$ 23,00, mesmo após a alta de 30%. “Como nosso preço-alvo de Light implica num EV/RAB de 1x, o efeito para o preço-alvo da Cemig seria neutro, mas o sentimento de que a companhia está fazendo todo esforço para vender ativos será visto como positivo”, diz o BTG.
Italiana pode ser maior interessada
A notícia deve ter recepção positiva no mercado, tanto para a Cemig quanto para a Light – que ganhará a possibilidade de ter um controlador capitalizado para fazer os investimentos necessários, avalia a XP Investimentos. Várias empresas privadas, como a italiana Enel, Equatorial, a portuguesa EDP Energias do Brasil e a agora chinesa CPFL Energia, são apontadas como potenciais compradoras da Light, sendo a italiana a preferida, por ter recursos e ter uma concessão dentro do Rio de Janeiro, avalia a XP.