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Light (LIGT3): O recado do UBS BB sobre a dívida da empresa

19 mar 2023, 18:00 - atualizado em 19 mar 2023, 12:22
Light
No caso de não renovação da concessão, a Light teria cerca de R$ 10 bilhões a receber referentes a ativos nos quais investiu. (Imagem: Facebook/Light)

O UBS BB disse não acreditar que a geração de caixa da Light (LIGT3) será suficiente para pagar toda a dívida da companhia até o final da concessão de distribuição em 2026.

“A distribuição da Light continuará reportando um Ebitda baixo, impulsionado por perdas não técnicas acima do nível regulatório, além de sua dívida grande, que exigirá financiamento extra para quitar as obrigações em 2025″, disse o banco.

O relatório assinado por Giuliano Ajeje destaca as perdas não técnicas, que, para o analista, devem continuar altas, “impulsionadas pelo desafio estrutural na concessão do Rio de Janeiro”.

Segundo o UBS BB, parcela significativa dos clientes está localizada em áreas com altos índices de criminalidade, impondo riscos para as equipes técnicas da empresa executarem as manutenções.

UBS BB segue com recomendação “neutra” para as ações da Light, com preço-alvo de R$ 3, ante os atuais R$ 2,40.

Tudo sobre uma concessão

Diferente de outras empresas do setor, a concessão da Light Sesa é a única de distribuição detida pela Light S.A. – o que, na avaliação dos analistas, aumenta os riscos ao grupo.

A companhia tem até junho de 2023 para demonstrar interesse na renovação. Após isso, a Aneel teoricamente possui 18 meses para responder (final de 2024).

“O consenso no mercado é de que a Light precisa negociar com a Aneel a renovação antecipada da concessão, dando assim maior segurança aos acionistas e credores”, disse a XP em relatório de fevereiro assinado por Camilla Dolle e equipe.

No entanto, dizem os analistas, para que a renovação aconteça, seria “prudente” uma revisão no contrato e a criação de metas mais realistas de perdas.

E se a Light não tiver concessão renovada?

No caso de não renovação da concessão, a Light teria cerca de R$ 10 bilhões a receber referentes a ativos nos quais investiu e que ainda não foram depreciados (RAB).

Segundo Dolle, o pagamento provavelmente seria feito pelo próximo concessionário, via outorga. Mas, diz, “provavelmente” haveria ainda discussões sobre prazos e valor a ser efetivamente recebido.

“Um ponto de atenção é uma possível complexidade para o Estado do Rio de Janeiro encontrar outros operadores privados com interesse em atuar na área de concessão da Light e ainda pagar o volume da outorga” .

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