Recuperação Judicial

Light (LIGT3): Como a elétrica acabou em recuperação judicial

12 maio 2023, 16:53 - atualizado em 12 maio 2023, 16:53
Light
Light deu entrada em pedido de recuperação judicial nesta sexta (12) (Imagem: Facebook)

A Light (LIGT3) ganhou a atenção do mercado nesta sexta-feira (12), após dar entrada no pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro.

Em reação, as ações da empresa elétrica recuavam 21,51%, cotadas a R$ 3,65, na reta final do pregão de hoje.

Segundo a Light, o pedido foi realizado com caráter de urgência pois “os desafios oriundos da atual situação econômico-financeira da companhia e algumas de suas subsidiárias se mantêm e vêm se agravando”.

Ao solicitar a recuperação, a companhia confirmou ter dívidas de R$ 11 bilhões. O valor já havia sido informado ao mercado na segunda semana de abril, quando pediu suspensão de compromissos financeiras.

Light afogada em dívidas

A Light virou uma preocupação para o mercado quando anunciou a dívida bilionária. Em abril, a empresa ajuizou medida cautelar exigindo a suspensão de certas obrigações financeiras.

Antes mesmo disso, os analistas vinham apontando a fragilidade financeira da companhia.

No ano passado, a Light registrou prejuízo líquido de R$ 5,67 bilhões, impulsionado pelo elevado endividamento, geração de caixa insuficiente e alto índice de furtos de energia. A empresa elétrica reconheceu uma “situação operacional e financeira complexa” com a divulgação do balanço.

Além disso, a companhia tem geração de caixa insuficiente para pagar toda a dívida até o final da concessão de distribuição em 2026.

Em março deste ano, o UBS BB já dizia que “a distribuição da Light continuará reportando um Ebitda baixo, impulsionado por perdas não técnicas acima do nível regulatório, além de sua dívida grande, que exigirá financiamento extra para quitar as obrigações em 2025″.

Diante deste cenário, inúmeras agências de classificação de risco, como S&P e Moody’s, cortaram os rating para quase calote. A classificação das agências implicam em “elevada probabilidade de inadimplência, com uma taxa média de recuperação dos devedores entre 65% e 80%”, pontua a Moody’s.

Além disso, a empresa perdeu a confiança do mercado. Além das ações caírem cerca de 15% no acumulado do ano, gestoras também começaram a abrir mão dos papéis. A BlackRock, por exemplo, vendeu cerca de 23,9 milhões de ações da Light no começo deste mês.

Luz no fim do túnel?

Antes de pedir recuperação, a Light até tentou achar uma luz no fim do túnel após uma série de notícias positivas. Porém, não foi o suficiente.

Este mês, o empresário baiano, Nelson Tanurecomprou papéis da elétrica e disse avaliar ampliar a participação para um patamar superior a 5%. Tanure, inclusive, já havia conversado com credores da Light, de acordo com a coluna do Lauro Jardim no O Globo.

Outra notícia que animou o mercado foi a mudança interna na companhia. O conselho de administração da Light elegeu Abel Alves Rochinha para a presidência e Firmino Ferreira Sampaio Neto como vice-presidente do colegiado.

Além disso, a fim de evitar a recuperação, empresa começou a negociar junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) uma revisão tarifária extraordinária.

E agora?

Após oficializar o pedido de recuperação judicial, a B3 informou que as ações da Light (LIGT3) serão removidas dos índices oficiais na segunda-feira (15).

Os papéis serão excluídos dos seguintes índice: IBRA, IEEX, IGCT, IGCX, IGNM, ISEE, ITAG, SMLL e UTIL, disse a B3.

Além disso, a Aneel disse que nenhuma obrigação intrassetorial teve seus pagamentos suspensos ou postergados. Isso inclui, segundo a autarquia, contratos da distribuidora com geradoras, transmissoras e o pagamento dos encargos setoriais.

“Também estão preservadas integralmente as obrigações com fornecedores de serviços, equipamentos, mão de obra e funcionários”, informou.

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