Combustíveis

Líder dos caminhoneiros diz que, com aumento no combustível, trabalhadores do transporte estão ‘morrendo’

11 mar 2022, 15:09 - atualizado em 11 mar 2022, 15:09
Caminhoneiros
Diesel, gasolina e gás ficaram mais caros (Imagem: REUTERS/Diego Vara)

Para o sindicalista Wallace Landim, o Chorão, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (ABRAVA), o aumento no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras (PETR3; PETR4) na quinta-feira (10), indica que “os trabalhadores do transporte estão ‘morrendo'”.

Segundo Chorão, “a escalada de alta dos combustíveis e a perda do poder de compra, decorrente da inflação” causaram essa ‘morte’ do setor, que passa por cada vez mais pressão para continuar funcionando.

“Quando olhamos para os trabalhadores do transporte (caminhoneiros, motoristas de aplicativos, condutores escolares etc.) percebemos 3 grandes contas a serem pagas: 1- As contas de casa: aluguel, comida, remédios, luz, água etc; 2- O diesel e gasolina sem ele o caminhão, o carro e a van escolar não andam; 3- A manutenção do caminhão, do carro e da van escolar: revisão de freios, suspensão, troca de óleo, pneus, etc.”, afirma.

A nota diz que “quando pensamos em prioridades nos gastos qualquer um vai primeiro colocar comida na mesa de sua família, depois abastecer e somente se sobrar vamos para manutenção veicular”.

Um dos exemplos mais latentes são os motoristas do Uber que, desde o ano passado, reclamam do preço da gasolina e do repasse considerado baixo que recebem.

Ao Money Times, o presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativos de São Paulo (AMASP), Eduardo Lima, disse que a situação para os motoristas não é mais sustentável.

Em entrevista na quinta, Chorão defendeu que “o governo precisa ter coragem de retirar o Preço de Paridade de Importação (PPI)”, adotado na gestão de Michel Temer (MDB), em 2016. A nota também fortalece o posicionamento do líder dos caminhoneiros.

“Não há nada de surpresa nesse novo reajuste, já falamos inclusive que [isso ocorre] graças a política de preços adotada pela Petrobras de paridade com o mercado internacional”, diz.

O PPI faz com que a Petrobras faça seus cálculos levando em conta a precificação dos combustíveis no mercado internacional. Ou seja: com o dólar alto, a gasolina tende a ficar mais cara.

A Abrava ainda afirma que “este aumento ocorre em menos de dois meses do último”. É por isso que a visão da associação não é otimista em relação aos preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha. Segundo a nota, mais aumentos devem acontecer em breve.

“Ou seja, o brasileiro não tem um minuto de paz”, diz. “Estamos caminhando para mais sofrimento da população com mais aumento de preços o que por lógica levará ao aumento de brasileiros a ficarem abaixo da linha da pobreza em detrimento de lucro da Petrobras. Acho que o momento cabe a pergunta feita por tantos anos no seriado Chapolin Colorado: ‘E agora quem poderá nos defender?'”, continua.

 

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