Tarifaço abre oportunidades para o agro brasileiro, diz líder da bancada ruralista

O tarifaço de Donald Trump pode acabar beneficiando o agronegócio brasileiro, disse o deputado federal Pedro Lupion (PP), líder da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Para ele, as altas tarifas impostas à China podem fazer com que o país consuma ainda mais do Brasil.
A China, que já é responsável por 52% das exportações do agronegócio brasileiro, deve diversificar o consumo de grãos e proteínas que vinham dos Estados Unidos, assim como outros mercados asiáticos, trazendo oportunidades para o mercado brasileiro, segundo ele.
“Todos os mercados do mundo reconhecem que só o Brasil pode triplicar a produção de alimentos nas próximas décadas”, disse Lupion durante evento realizado pelo Bradesco BBI em São Paulo.
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A participação de Lupion ocorreu durante painel focado no agronegócio, que também reuniu nomes como Francisco Matturro, presidente da Rede ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) e Marcos Molina, presidente do Conselho de Administração da Marfrig (MRFG3).
De acordo com as lideranças do setor, a dificuldade de armazenagem é um dos empecilhos para o crescimento do agronegócio brasileiro. “A armazenagem do produtor brasileiro é o caminhão indo para o porto. Não tem como controlar preços”, afirmou Lupion.
Matturro, presidente da ILPF, disse que o Brasil convive com 120 toneladas de déficit de armazenagem para commodities como soja e milho. “Nós armazenamos 16% a nível de fazenda em uma safra de 330 milhões de toneladas. Os EUA armazenam 65% em uma safra de mais de 600 milhões de toneladas”, disse.
Para o executivo, a armazenagem é o grande problema para o país, que não consegue manter seus estoques e controlar preços, como fazem os EUA . No entanto, o amplo déficit representa uma oportunidade para investidores, já que há demanda.
Os participantes do painel ainda debateram sobre a importância do crédito agrícola, com a busca de menos dependência do Plano Safra para médios e grandes produtores e outras formas de financiamento como os Fiagros — Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais.
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