Leilão na B3: TAEE11, ALUP11, TRPL4, ENGI3 entram no ‘ringue’ para disputar maior concessão em anos; o que esperar?
Na próxima sexta-feira (30), as principais elétricas da bolsa entram em campo para disputar leilões de distribuição de energia.
Ao todo, o leilão oferecerá nove blocos, divididos em sete estados, totalizando uma receita anual permitida (RAP) total de R$ 2,6 bilhões e capex (investimentos) total estimado de R$ 15,8 bilhões.
Os reguladores esperam que os projetos comecem em 2026-29 e, de acordo com as regras do leilão, as propostas de receita vencedoras serão corrigidas anualmente pela inflação durante o período de concessão.
Além disso, esses ativos terão três revisões periódicas da RAP (5, 10 e 15 anos após o leilão).
Segundo o Safra, o leilão é o maior do setor desde 2020 e trará boas oportunidades para a maioria dos players. “Portanto, esperamos alta competição”.
Como vai funcionar o leilão?
O certame ocorrerá na B3 e para competir e vencer, as empresas fazem lances se oferecendo para construir projetos com receita de RAP abaixo do limite do leilão ao longo da concessão de 30 anos, mas que, ao mesmo tempo, traga retornos às operações. Ou seja, quanto maior concorrência, melhor para o governo e pior para as empresas.
De acordo com o Bradesco BBI, embora o atual alto custo de capital do Brasil deva eliminar os tipos aventureiros do leilão, ainda se espera concorrência significativa de empresas grandes e mais bem estabelecidas.
A corretora destaca três pontos:
- às condições ainda desafiadoras do mercado de crédito;
- um número limitado de fornecedores de engenharia, suprimentos e construção confiáveis para trabalhar;
- o valor significativo do capex a ser desembolsado em cada linha de transmissão;
“Notavelmente, em leilões de transmissão greenfield (novos projetos) anteriores, esses tipos mais aventureiros, na maioria das vezes, ajudaram a gerar retornos abaixo do custo de capital, prejudicando as oportunidades de crescimento para os players disciplinados”, discorre.
O Safra também vê lances mais racionais em comparação aos leilões vistos em 2019 a 2021 devido às taxas de juros mais altas e algumas preocupações com a inflação da construção pressionando o capex.
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Quem vai participar?
Entre as empresas que podem participar estão Eletrobras (ELET3), Engie (EGIE3), Auren (AURE3), Alupar (ALUP11), Taesa (TAEE11), Transmissão Paulista (TRPL4), Equatorial (EQTL3), Cemig (CMIG4), Neoenergia (NEOE3), Energias do Brasil e Energisa (ENGI11).
Companhias como Taesa, Alupar, CTEEP, Engie e Energisa manifestaram publicamente interesse em participar, enquanto a Cemig tem se manifestado sobre a possibilidade de licitar projetos localizados em regiões onde possui presença.
Entre as empresas não listadas, a Sterlite e a Mez Energia também podem aparecer, destaca o BBI.
O Bank of America argumenta que com base na localização dos projetos, a CMIG e a NEOE são as principais licitantes em potencial, dadas as potenciais sinergias com as operações das empresas.
“Com base nos comentários do público, esperamos também a participação de EGIE, ELET, TRPL, TAEE e CPFE. Também esperamos a estreia do AURE em leilões de transmissão, completa.