Setor Elétrico

Leilão de projetos de transmissão de energia tem deságio recorde e atrai R$ 4,2 bilhões

19 dez 2019, 16:09 - atualizado em 19 dez 2019, 16:09
A intensa disputa entre investidores pelos contratos para a construção e futura operação dos empreendimentos levou a um deságio médio de 60,3%  (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Um leilão de concessões para novos projetos de transmissão de energia realizado pelo governo nesta quinta-feira deverá viabilizar 4,2 bilhões de reais em investimentos, após ter registrado concorrência histórica, com a atração de propostas para todos os empreendimentos ofertados.

A elétrica Transmissão Paulista (TRPL4), controlada pelo grupo colombiano ISA, foi o principal destaque da licitação, ao arrematar 3 dos 12 lotes de projetos do certame, enquanto a Neoenergia (NEOE3), da espanhola Iberdrola, também levou um projeto. Empresas de engenharia e construção também tiveram forte presença na licitação, confirmando projeções de especialistas.

A intensa disputa entre investidores pelos contratos para a construção e futura operação dos empreendimentos levou a um deságio médio de 60,3% na receita a ser recebida pelas empresas em relação ao teto estabelecido para cada lote, um recorde, destacou a secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos do governo federal, Martha Seiller.

“Como a gente brinca, nunca antes na história desse país… nunca tínhamos ultrapassado a marca de 60% de deságio”, comemorou ela em coletiva de imprensa após o leilão.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) destacou que houve em média 10 empresas na competição por cada projeto do certame, também uma marca histórica.

Além de Transmissão Paulista e Neoenergia, também sagraram-se vencedoras no leilão a Zopone Engenheria, que levou um lote sozinha e um por meio do consórcio Norte, junto à Sollo Participações; o consórcio VSF Transmissoras, formado por kf Participações e JAP Participações, também com dois lotes; e as empresas Barolo Participações e Engepar, com um projeto cada.

Além dessas companhias, elétricas como Equatorial (EQTL3), Energisa (ENGI3), Cemig (CMIG3), Taesa (TAEE3) e a chinesa State Grid e sua controlada CPFL (CPFE3) chegaram a apresentar lances no certame, mas passaram em branco em meio à acirrada disputa.

Os projetos arrematados pela Cteep (1, 6 e 7) deverão demandar cerca de 1,33 bilhões de reais em aportes, segundo estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O projeto arrematado pela Neoenergia, lote 9, está orçado em cerca de 303,3 milhões de reais.

O diretor técnico da Cteep, Carlos Ribeiro, disse que a empresa, que ofertou os maiores deságios da licitação — de 66,8%, 68% e 65,4% –, conseguiu chegar aos descontos agressivos devido a uma intensa preparação.

“Em outras ocasiões (leilões anteriores) abrimos o leque. Agora, nós focamos e viemos para ganhar esses lotes dos quais participamos. Participamos em 3 lotes, ganhamos os três, como era nosso desejo, e estamos muito convictos”, afirmou.

Os empreendimentos licitados precisarão ser concluídos em prazos de 36 a 60 meses após a assinatura dos contratos.

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