Leilão da Cesp é suspenso por 60 dias; governo deve recorrer
O leilão da Cesp (CESP6) foi suspenso por 60 dias, após liminar concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho na última sexta-feira (28). O leilão de privatização da empresa, que deveria ocorrer amanhã, foi barrado devido à “ausência de estudos de impacto socioeconômico da privatização da estatal paulista nas esferas trabalhista e socioambiental”.
Uma matéria divulgada ontem pelo Valor Econômico diz que as incertezas políticas minam parte da atratividade do negócio. Questões como a exposição da Cesp ao risco hidrológico e o alto volume de contingências jurídicas (cerca de R$ 8,8 bilhões não provisionados) também colocam em dúvida o sucesso do leilão.
Segundo o Credit Suisse, embora o leilão tenha sido temporariamente interrompido por uma liminar, o governo pode tentar reverter essa decisão para prosseguir com o leilão, conforme programado. “Isso, contudo, deve impactar negativamente o desempenho das ações até que se tenha uma nova data para o leilão”, diz o relatório.
“Os possíveis impactos finais para a Cesp dependem principalmente dos resultados do leilão – a concorrência é necessária, a nosso ver, para garantir preços acima do mínimo (R$ 14,30); No entanto, um bom parceiro operacional e financeiro poderia ajudar a melhorar o fluxo de caixa da empresa no futuro, mesmo que a oferta vencedora venha em níveis mínimos, melhorando assim as perspectivas de longo prazo para os acionistas da Cesp”, destacam Carolina Carneiro e Luis Lima, que assinam a análise.