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Governo ataca ‘ligamento’ do agro às vésperas do Plano Safra; ‘Medida para LCA piora cenário do crédito’

09 jun 2025, 18:21 - atualizado em 09 jun 2025, 18:41
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(imagem: Getty Images)

Os mercados imobiliário e do agronegócio foram pegos de surpresa nesta segunda-feira (9), após a decisão do governo federal de tributar em 5% os rendimentos de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

Do total dos recursos destinados ao financiamento ao agro, as LCA respondem por 43% deste total, e em abril, elas somaram R$ 559,9 bilhões.

De acordo com David Télio, diretor de novas estruturas financeiras da TerraMagna, a decisão de taxar as LCA, o único meio mais eficiente e rápido de captar recursos para o agronegócio através de bancos com isenção de IR, pode piorar ainda mais o cenário atual de restrições de crédito, a partir da fuga de investidores. 

“Isso acontece em um momento em que sabemos que vamos ter um Plano Safra bem mais caro para o produtor empresarial, além da sinalização de dificuldades com juros equalizados para o setor. O maior desafio será em motivar o investidor na aquisição de papéis do LCA e manter os volumes atuais. Até o momento as emissões de LCA ganharam volume e pujança devido aos incentivos”, explica.

Taxação para LCA afeta trabalho ‘dentro da porteira’

Para Télio, a decisão do Governo deve provocar uma migração dos recursos para outros papéis, o que pode afetar os volumes atuais do setor.

“Os investidores comparam a rentabilidade atual das LCA com o mercado de FIDC, CDB, ações da Bolsa de Valores e outros papéis. O maior risco está nas decisões do produtor rural: comprar menos insumos, redução da produtividade, diminuir área plantada e devolver as áreas arrendadas. O produtor acaba não conseguindo repassar esses custos adicionais de financiamento”. 

O diretor da TerraMagna lembra que o mercado já está na expectativa de ver todos os papéis incentivados sendo taxados partir de janeiro de 2026, como LCA, CRA, LCI, CRI e Fiagros.

“Este efeito em cadeia com certeza vai impactar indiretamente na inflação e piorar ainda mais o cenário de alta dos juros”.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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