Corrupção

Força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro prende ex-presidente Michel Temer

21 mar 2019, 11:26 - atualizado em 21 mar 2019, 12:06
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas (Arquivo/Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Em mais uma fase da “Operação Lava Jato”, a força-tarefa do Rio de Janeiro prendeu nesta manhã o ex-presidente Michel Temer. A informação foi confirmada pela Justiça carioca ao Money Times.

Os agentes federais ainda procuram cumprir mandato contra Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia do governo Temer.

A Polícia Federal tentava rastrear desde quarta-feira (20) a localização do ex-presidente, porém sem sucesso, o que postergou a operação, prevista para o início da manhã.

Os mandatos contra os peemedebistas foram expedidos por Marcelo Bretas, juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

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STF

De acordo com a homologação do ministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, Funaro teria detalhado o funcionamento do esquema de corrupção no Congresso operado por caciques do antigo PMDB, como os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha – preso em Curitiba – e Henrique Alves. Também participavam do esquema os ex-ministros Geddel Vieira Lima (preso há 6 meses), o ex-ministro Moreira Franco e o ex-vice governador do Distrito Federal Tadeu Filippeli, que havia sido assessor especial de Temer na Câmara dos Deputados.

Os documentos fornecidos por Funaro indicavam como eram realizados os pagamentos aos alvos das investigações. As planilhas fornecidas à Justiça pelos doleiros Vinicius Claret, o Juca Bala, e Claudio Barbosa, o Toni, – responsáveis por enviar recursos de políticos e empresários ao exterior – foram cruzadas com os documentos de Funaro e apontam para transferências para Altair Alves, que repassava dinheiro para Cunha e Temer.

Contágio?

Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, “a prisão do ex-presidente Michel Temer joga gasolina nas tensões entre a classe política e as forças da Lava Jato e pode tornar mais complexo o acerto por reformas”.

O economista acredita que podem vir mais prisões a frente e pode trazer turbulência para a aprovação da Reforma da Previdência. “Teremos maior incerteza política num momento que o presidente não está com sua capacidade de articulação plena”, conclui.

(Com Investing.com)