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Lava Jato Financeira: Bradesco, Itaú e Santander davam crédito a doleiros, revelam documentos

28 maio 2019, 18:26 - atualizado em 28 maio 2019, 19:45
A reportagem da jornalista Josette Goulart revela que Alberto Youssef e Adir Assad tinham contas oficiais nestes bancos, apesar de suas empresas serem fantasmas (Pixabay)

Os bancos Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) mantinham em sua carteira de clientes as empresas dos doleiros e davam crédito para eles, revelou nesta quarta-feira o Lagartixa Diária, jornal das redes sociais, que teve acesso a uma série de documentos juntados a processos judiciais que correram na Justiça paulista envolvendo as empresas e os bancos.

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A reportagem da jornalista Josette Goulart revela que Alberto Youssef e Adir Assad tinham contas oficiais nestes bancos, apesar de suas empresas serem fantasmas, com endereços falsos e em nome de laranjas.

Segundo o “Lagartixa”, o Bradesco tinha como clientes a Rigidez Empreiteira, a RCI Software, ambas de Youssef. O Santander tinha a MO Consultoria, a Rigidez, ambas de Youssef, alem da JSM Engenharia e Terraplenagem e a Rock Star, de Assad. O Itaú tinha as contas da MO e Rock Star.

“Todas estas empresas, segundo investigações do Ministério Público eram empresas fantasmas dos doleiros. A Rock Star era uma verdadeira estrela e já tinha aparecido na CPI do caso Delta Engenharia. Esta empresa foi muito usada no esquema de Adir Assad e emitiu nota fria para empreiteiras e até concessionárias como a CCR”, explica o texto.

Os bancos não se pronunciaram sobre estes casos específicos, aponta o “Lagartixa”.

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Atualização:

O Itaú Unibanco enviou a seguinte resposta, às 19h45:

“O Itaú Unibanco afirma que está comprometido com as melhores práticas de prevenção à lavagem de dinheiro e adota com rigor todas as medidas necessárias buscando evitar transações ilícitas no sistema financeiro. No caso em questão, há mais de dois anos o Itaú encerrou o relacionamento com todas as empresas envolvidas e adotou as providências legais junto às autoridades de forma abrangente e tempestiva.”

Veja, abaixo, a reportagem completa: