Internacional

Latinas aumentam presença no mercado de trabalho dos Estados Unidos

14 dez 2019, 15:29 - atualizado em 11 dez 2019, 15:09
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No momento em que o governo Trump reprime a imigração de pessoas sem documentos, as estatísticas mostram que a economia dos EUA continua dependente dos migrantes (Imagem: Unsplash/@impatrickt)

Quando era criança, Mayra Macias costumava ver seu pai desabar no sofá depois de trabalhar 14 horas como lixeiro da cidade de Chicago.

“Ele não queria fazer aquilo, mas faria qualquer coisa para melhorar a vida da família”, diz a filha de imigrantes mexicanos, de 31 anos, acrescentando que reconhece o sacrifício dos pais.

Macias se formou na Universidade Yale e se tornou uma das 12 milhões de mulheres hispânicas que participam cada vez mais parte da força de trabalho nos Estados Unidos. Hoje, como diretora executiva da Latino Victory Project, ela trabalha para que hispânicos progressistas consigam se eleger para cargos políticos.

Macias é um exemplo de uma característica marcante da expansão econômica dos EUA nos últimos anos: o maior número de mulheres que querem um emprego ou têm um. E a proporção de latinas se destaca. Hoje, 61% das hispânicas participam da força de trabalho – superior à taxa nacional para mulheres, de 59%, segundo dados do mercado de trabalho de novembro.

No momento em que o governo Trump reprime a imigração de pessoas sem documentos, as estatísticas mostram que a economia dos EUA continua dependente dos migrantes e de seus filhos para o crescimento da força de trabalho.

A importância das mulheres hispânicas na força de trabalho deve aumentar. Até 2028, elas devem representar 9,2% da força de trabalho total contra 7,5% em 2018, segundo o Departamento de Estatísticas de Trabalho. Os latinos – homens e mulheres – serão responsáveis por 20% do grupo de trabalhadores até lá.

A ascensão das latinas que trabalham acontece em um momento em que o Federal Reserve testa os limites de um mercado de trabalho com mão de obra escassa, um experimento que também beneficia outros grupos, como os afro-americanos.

Ernie Tedeschi, pesquisador da Evercore ISI, em Washington, diz que o aumento dos níveis de escolaridade e a possibilidade de “mudar as normas culturais” nas famílias hispânicas também impulsionam a participação da força de trabalho latina.

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