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Latam no Brasil não está à venda, decreta CEO; Azul foi descartada, dizem fontes

07 jun 2021, 12:34 - atualizado em 07 jun 2021, 12:34
Latam
A Azul teria apresentado sem sucesso a ideia de comprar a rede do Brasil a executivos da Latam (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O diretor-presidente da Latam Airlines, Roberto Alvo, que busca evitar uma oferta da rival Azul, disse que a operação brasileira da companhia aérea não está à venda.

A Latam, com sede em Santiago, tem como foco sair do processo de recuperação judicial aberto nos Estados Unidos há mais de um ano, e não uma venda fragmentada do negócio, disse Alvo em entrevista na quarta-feira. Na semana passada, a operadora negou informações de que a Azul (AZUL4) planeja comprar a subsidiária brasileira da Latam.

Embora Alvo tenha sido enfático ao dizer que “absolutamente não” está vendendo a unidade brasileira para a Azul, a rival aguarda o plano de saída da recuperação judicial da Latam e poderia fazer uma oferta diretamente aos credores latino-americanos da empresa, segundo uma pessoa a par do assunto.

A Azul teria apresentado sem sucesso a ideia de comprar a rede do Brasil a executivos da Latam, de acordo com a pessoa. Segundo a proposta, a Latam, maior companhia aérea da América Latina, poderia focar em outras partes da região e manter o acesso à rede de rotas no Brasil, disse a fonte.

“Não estamos considerando, de nenhuma maneira ou forma, a venda de qualquer um de nossos ativos neste momento”, disse Alvo na quarta-feira. “Consideramos isso mais um sinal de preocupação da Azul, pois entendem que seremos um concorrente muito desafiador” após sair da recuperação judicial, disse.

Um representante da Azul não quis comentar.

Azul
A Azul disse em comunicado após o término do codeshare que contratou assessores e está “explorando ativamente as oportunidades de consolidação” (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

A Latam buscou proteção judicial dos credores em Nova York no ano passado, quando a pandemia de Covid-19 paralisou as viagens globais. Desde então, a aérea obteve US$ 2,45 bilhões em novos financiamentos, trabalhou para reestruturar a frota de aviões e recentemente encerrou um acordo de codeshare com a Azul.

A Azul disse em comunicado após o término do codeshare que contratou assessores e está “explorando ativamente as oportunidades de consolidação do setor na região”.

Manter o Brasil em sua rede é parte fundamental da estratégia da Latam no futuro, disse Alvo. O país tem potencial de crescimento “enorme”, e a Latam “será um competidor muito agressivo e eficaz” assim que a demanda por viagens se recuperar, afirmou.

Mas, primeiro, a Latam precisa sair da recuperação judicial sob o Capítulo 11 da lei de falências dos EUA, um processo muitas vezes complicado que, geralmente, termina com a saída dos acionistas e a entrada de novos proprietários. Investidores mostram otimismo com as perspectivas para a Latam nos últimos meses: os títulos vinculados à empresa agora são negociados a cerca de 95 centavos por dólar em relação a apenas 16 centavos no ano passado.

A Latam espera receber propostas de “financistas de apoio” nas próximas semanas, enquanto elabora seu plano de saída da recuperação judicial, disse Alvo, cuja expectativa é que isso ocorra até o final do ano.

O que o mercado pode esperar de uma consolidação do setor aéreo brasileiro?

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