Lagarde diz a ministros que BCE limitará disparada de spreads
A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse aos ministros das finanças da zona do euro que a nova ferramenta anticrise do BCE entrará em vigor se os custos da dívida dos países mais fracos subirem muito ou muito rápido, segundo pessoas a par das discussões.
Em uma reunião em Luxemburgo na quinta-feira, Lagarde explicou aos ministros que o novo mecanismo que os funcionários do banco central estão desenvolvendo visa impedir que movimentos irracionais do mercado pressionem as nações do euro individualmente, à medida que o BCE embarca em seus primeiros aumentos de juros em mais de uma década, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas.
Lagarde disse que o instrumento pode ser acionado se os spreads dos títulos aumentarem além de certos limites ou se os movimentos do mercado excederem uma certa velocidade. Lagarde não especificou se esses limites seriam públicos.
O Conselho do BCE instruiu autoridades a acelerar o trabalho em um “novo instrumento anti-fragmentação” depois que o rendimento dos títulos italianos subiu em meio a sinais de que a inflação global se torna mais arraigada.
Lagarde apresentou na semana passada os planos do BCE para uma alta de juros de 0,25 ponto percentual no próximo mês, o primeiro aumento desde 2011, e sinalizou que um movimento maior é provável na próxima reunião em setembro.
Uma autoridade do BCE disse que o banco central deve abordar a questão da fragmentação para garantir que a política monetária seja efetivamente transmitida em toda a área do euro, e que os investidores não devem duvidar do compromisso dos formuladores de política monetária em cumprir seu mandato de manter a estabilidade de preços.
Os bancos centrais de todo o mundo lutam para mostrar que podem domar a inflação desenfreada depois de argumentar por meses que os aumentos de preços eram temporários.
Na Europa, a perspectiva de o BCE aumentar juros pela primeira vez desde a crise da dívida soberana no início da década passada desperta preocupações de que as falhas do bloco monetário possam ser novamente expostas.
Os mecanismos limitados de transferências fiscais entre os estados membros e a união bancária incompleta significam que os países mais fracos podem ficar sob pressão em períodos de turbulência financeira.
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