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La Niña, margens e recorde: XP, BTG e Genial fazem balanço para SLC Agrícola (SLCE3) após Investor Day; o que fazer com ações?

05 jul 2024, 14:26 - atualizado em 05 jul 2024, 14:26
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De acordo com a BTG Pactual, o La Niña pode resultar no melhor ano da história para a soja da SLC Agrícola; confira (Imagem: YouTube/SLC Agrícola)

Na última quarta-feira (3), SLC Agrícola (SLCE3) realizou seu Investor Day, que contou com a cobertura de analistas da XP InvestimentosBTG PactualGenial Investimentos.

A XP ressalta que a empresa tem se destacado frente aos concorrentes em rendimentos, com seus últimos investimentos em agricultura de precisão, por meio de sua empresa de venture capital (SLC Ventures).

No entanto, os preços dos grãos continuam em tendência de baixa, com a soja e o milho sob pressão após o último relatório de área do USDA publicado na última sexta (28 de junho).

“Os agricultores brasileiros ficaram parcialmente seguros devido a uma forte desvalorização da taxa de câmbio, embora, com os preços atuais, as exportações devam diminuir. O algodão esteve em baixa por mais tempo, principalmente devido a uma demanda mais fraca do que o esperado da China”, comentam Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.

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Embora as posições de hedge da soja para a safra 23/24 estejam em sua maior parte concluídas, para a safra 24/25 apenas 43,9% foram garantidos, juntamente com 1,1% para o algodão e nenhum hedge ainda para o milho. “A empresa continua esperando preços mais altos para retomar sua estratégia de hedge, mas muitas oportunidades foram perdidas”, completam.

Apesar da posição de referência para SLC, a XP mantém sua recomendação neutra e preço-alvo de R$ 19,40 para ação, já que preferem entender até onde os preços do algodão e dos grãos podem chegar, bem como o desempenho das margens dos produtores na próxima safra.

BTG vê perspectivas favoráveis para ação

BTG Pactual, por sua vez, mantém sua recomendação de compra, mas reduziu seu preço-alvo de R$ 29 para R$ 24, ressaltando que compartilha do mesmo otimismo da SLC Agrícola para o La Niña, que deve beneficiar a próxima temporada de plantio de soja, com a temporada 2024/2025 podendo ser a mais forte para oleaginosa na história da companhia.



“A empresa possui um negócio agrícola de grande escala e com tecnologia de ponta, com oportunidades significativas de crescimento. Embora o curto prazo possa ser desafiador devido aos preços menores das commodities, o próximo ano promete ser mais forte com base em yields (rendimentos) normalizados e custos mais baixos, enquanto o câmbio pode impulsionar preços realizados, em sua maioria, sem hedge”, comentam Pedro Soares, Thiago Duarte, Bruno Lima e Guilherme Guttilla.

Para o banco, a ação oferece um fluxo de caixa de 12,3% em 2025, um número atraente à medida que o ciclo das commodities atinge seu ponto mais baixo e o Ebitda expande para R$ 2,9 bilhões, acima do consenso.

La Niña promete impulso para SLC Agrícola

A Genial, que vê a ação sendo negociada a um EV/Ebitda esperado para 2025 de 6,1x vs. uma média histórica de 6,7x, ainda descontada, mesmo após a recente alta das ações pela reavaliação de terras, reforça sua recomendação de compra e preço-alvo de R$ 23,50.

Entre os destaques que casa de análise viu durante o Investor Day, estão:

  1. Biocombustíveis, com CAGR de +4% ao longo dos próximos anos na demanda de soja foi uma tendência bastante comentada no evento;
  2. Asset light como o foco da SLC, enquanto a compra de terras fica em segundo plano (companhia seguirá com preferência pelo arrendamento);
  3. Quase 100% de hedge em insumos para safra 24/25, o que parece bastante assertivo;
  4. Impactos negativos do El Niño 23/24 superaram expectativas anteriores;
  5. Plantio no Mato Grosso (MT) sofrendo além do normal devido à volatilidade do período de chuvas;
  6. 2ª safra para algodão deve entregar bons números, acompanhados do milho;
  7. El Niño afetou a Bahia (BA), como o esperado, com quebra na 1ª safra de soja e milho;
  8. Transição do El Niño para La Niña: Futuro parece promissor para a produção;
  9. Novas tecnologias empregadas no campo devem reduzir custos;
  10. Plano Safra do ciclo 24/25 foi anunciado no mesmo dia do evento, trazendo aumento de recursos de +16,5% a/a, chegando a R$ 475 bilhões;
  11. Demanda por algodão poderá ser atingida com pouso suave da taxa de juros americana;
  12. Cenário atual aponta para aquisição de terras? Mercado parece concordar, mas a SLC discorda. Investidores levantam questões após o evento sobre a estratégia de arrendamento em detrimento de compra de terrenos;
  13. Mesmo com preços baixos de soja e milho, Genial espera uma produção relevante na safra 24/25, dadas as condições favoráveis trazidas pelo La Niña;
  14. Acreditamos que a dinâmica proeminente do algodão persista ao longo dos próximos meses e siga ajudando a compensar parcialmente os números desanimadores da soja e do milho. Porém, a percepção dos analistas é de que os preços devem arrefecer em 2025, e o baixo nível de hedge em algodão da safra 24/25 nos preocupa.
  15. Outro driver interessante transparece pelas estratégias de redução de custo e aumento de eficiência que a companhia vem realizando.

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