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Kroton cria holding para administrar segmentos de negócios e mudará código na bolsa

07 out 2019, 16:58 - atualizado em 07 out 2019, 20:32
O movimento da Kroton é semelhante ao realizado meses atrás pela rival Estácio Participações, cuja holding trocou de nome e de código na B3 para Yduqs (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Kroton (KROT3) anunciou nesta segunda-feira a criação de uma holding que administrará quatro empresas separadas em uma ampla reestruturação corporativa visando um impulso tecnológico.

A holding, que chamará Cogna Educação, será chefiada pelo atual presidente da Kroton, Rodrigo Galindo.

“Nós temos muito espaço para crescer em todos os segmentos que a companhia opera”, disse Galindo a investidores em evento, acrescentando que o grupo possui participação de apenas 3,9% no mercado educacional do país, avaliado em 174 bilhões de reais.

Como parte da reestruturação, as ações da Cogna serão negociadas na Bovespa sob o ticker “COGN3” a partir de 11 de outubro. A nova holding também lançará um fundo em 2020, Cogna Ventures, para investir em soluções para educação. O valor do fundo não foi informado.

“Esse fundo investirá em participações minoritárias, parcerias, sempre buscando soluções que podem ajudar uma das quatro empresas da holding”, disse Galindo.

As ações da Kroton exibiam queda de 1,44 por cento às 16h20, enquanto o Ibovespa recuava 1,6 por cento.

O movimento da Kroton é semelhante ao realizado meses atrás pela rival Estácio Participações, cuja holding trocou de nome e de código na B3 (B3SA3)para Yduqs (YDUQ3).

Na Cogna Educação, as operações de ensino superior continuarão sob a marca Kroton, na qual a empresa atualmente possui mais de 800 mil alunos em 176 faculdades e 1.410 centros de ensino à distância.

Uma terceira divisão, a Platos, atenderá clientes corporativos no ensino superior

“Nossa participação de mercado neste segmento é de apenas 9,1% e vemos potencial para crescer mais organicamente ou por meio de aquisições”, disse Galindo, acrescentando que a divisão Kroton terá agora Roberto Valério como presidente.

O Sabre, outra unidade da Cogna, oferece ensino fundamental e médio, mercado em que o grupo tem participação de 1,2%, com planos de retomar aquisições e novos projetos assim que a nova estrutura organizacional estiver operando com eficiência.

“Gostaríamos de retomar (aquisições e greenfields) no próximo ano, mas não estabelecemos um prazo e o gatilho está tendo uma plataforma bem azeitada”, afirmou Galindo.

Uma terceira divisão, a Platos, atenderá clientes corporativos no ensino superior, enquanto a quarta, Vasta Educação, ajudará as escolas primárias e secundárias atuais a gerenciar suas operações, com manuais e sistemas de ensino.

Para Galindo, a Platos e a Vasta Educação têm potencial para expandir operações para outros mercados da América Latina, incluindo Peru, Colômbia e México, embora o foco deva continuar no Brasil a médio prazo.

Sob a nova estrutura de holdings, acrescentou, todas as quatro unidades terão mais autonomia para administrar negócios e seus resultados serão publicados separadamente a partir do primeiro trimestre de 2020.

“Diferentes estratégias podem ser adotadas e estamos abertos a todas as possibilidades que possam gerar valor”, disse Galindo quando perguntado se algumas das unidades poderiam considerar uma oferta inicial de ações (IPO) no exterior ou um investimento em private equity.

Como parte da reforma organizacional, os acionistas da Cogna votarão em 18 de novembro na nomeação de três novos membros do conselho, incluindo Galindo.

A ação da Kroton acumula valorização de 23% em 2019.