Política

Kremlin diz que Rússia só usaria armas nucleares se sua existência fosse ameaçada

22 mar 2022, 17:54 - atualizado em 22 mar 2022, 17:54
“A perspectiva de um conflito nuclear, antes impensável, agora está de volta ao campo das possibilidades” (Imagem: Sputnik/Sergey Guneev/Kremlin via REUTERS)

A política de segurança da Rússia determina que o país só usaria armas nucleares se sua própria existência fosse ameaçada, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à CNN em entrevista nesta terça-feira.

O comentário, quase quatro semanas depois que a Rússia enviou suas forças para a Ucrânia, ocorreu em meio a preocupações ocidentais de que o conflito poderia se transformar em uma guerra nuclear.

Peskov fez o comentário em uma entrevista em inglês quando perguntado se ele estava confiante de que o presidente russo, Vladimir Putin, não usaria armas nucleares.

“Temos um conceito de segurança doméstica e é público, você pode ler todas as razões para o uso de armas nucleares. Então, se é uma ameaça existencial para nosso país, então (o arsenal nuclear) pode ser usado de acordo com nosso conceito”, disse.

“Não há outras razões que sejam mencionadas nesse texto”, disse ele em mais uma referência ao conceito de segurança do país.

Putin ordenou no mês passado que as forças nucleares da Rússia fossem colocadas em alerta máximo. De acordo com a ordem, o Ministério da Defesa da Rússia informou em 28 de fevereiro que suas forças de mísseis nucleares e frotas do norte e do Pacífico foram colocadas em serviço de combate intensificado, segundo a agência de notícias Interfax.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse em 14 de março: “A perspectiva de um conflito nuclear, antes impensável, agora está de volta ao campo das possibilidades”.