Kremlin diz que conflito na Ucrânia terminará quando Ocidente levar a Rússia a sério
O Kremlin disse nesta sexta-feira que o conflito na Ucrânia terminará quando o Ocidente tomar providências em relação às preocupações manifestadas repetidamente pela Rússia com relação à matança de civis no leste da Ucrânia e com a ampliação da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o leste.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, perguntado por repórteres como a crise poderia terminar, expôs a posição da Rússia e disse que acreditava que a Ucrânia estava discutindo as exigências de Moscou com os Estados Unidos e outros aliados.
“A Rússia formulou exigências concretas à Ucrânia para resolver essas questões. Tanto quanto sabemos, essas demandas estão sendo discutidas pelos ucranianos com seus assessores, principalmente os Estados Unidos e os países da União Européia”, disse ele
“Tenhamos esperança. Isso precisa ser feito. Então tudo terminará”, disse Peskov.
As autoridades russas não usam a palavra “invasão” e dizem que os meios de comunicação ocidentais falharam em relatar o que classificam como o “genocídio” de pessoas de língua russa no leste da Ucrânia. O Ocidente tem repetidamente descartado tais preocupações.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz que a “operação militar especial” na Ucrânia é essencial para garantir a segurança russa depois que os Estados Unidos ampliaram a adesão à Otan até as fronteiras da Rússia e apoiaram os líderes pró-ocidentais em Kiev.
A Ucrânia diz que luta por sua existência enquanto os Estados Unidos e seus aliados europeus e asiáticos condenaram a invasão russa. A China pediu calma.
“Nos últimos oito anos, temos repetidamente tentado pedir a nossos colegas ocidentais que pressionem Kiev –e forcem Kiev– a parar de matar seu povo em Donbass e cumprir os acordos de Minsk”, disse Peskov.
“Também, durante as últimas décadas, nosso país tem repetidamente levantado a questão de como nos sentimos em perigo depois que vocês moveram sua estrutura militar em nossa direção. Não gostamos disso e nos sentimos em perigo e não podemos fechar os olhos para isso: então por que vocês estão fazendo isso? Não houve respostas”, disse.
“Precisamos encontrar uma solução para estas duas perguntas. A Rússia formulou exigências concretas à Ucrânia para resolver essas questões”, disse Peskov.