Kremlin diz que ação militar para “em um momento” se Ucrânia aceitar condições
A Rússia exige que a Ucrânia pare com suas atividades militares, altere sua Constituição para consagrar a neutralidade, reconheça a Crimeia como território russo e reconheça as Repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk como territórios independentes, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Peskov disse à Reuters que a Rússia havia dito à Ucrânia que estava pronta para interromper sua ação militar “em um momento” se Kiev aceitasse suas condições.
Foi a declaração russa mais explícita até agora dos termos que quer impor à Ucrânia para parar o que ela chama de “operação militar especial” na Ucrânia, agora em seu 12º dia.
Peskov disse que a Ucrânia estava ciente das condições. “E foi-lhes dito que tudo isso pode ser interrompido em um momento.”
Sobre a questão da neutralidade, disse ele: “Eles deveriam fazer emendas à Constituição segundo as quais a Ucrânia rejeitaria qualquer objetivo de entrar em qualquer bloco. Isto só é possível fazendo alterações na Constituição”.
O porta-voz do Kremlin insistiu que a Rússia não estava procurando fazer mais reivindicações territoriais sobre a Ucrânia.
“Estamos realmente terminando a desmilitarização da Ucrânia. Vamos concluí-la. Mas o principal é que a Ucrânia cesse sua ação militar. Eles devem parar sua ação militar e então ninguém vai atirar”, disse ele.
“Eles deveriam fazer emendas a sua Constituição de acordo com as quais a Ucrânia rejeitaria qualquer objetivo de entrar em qualquer bloco. Também falamos sobre como eles deveriam reconhecer que a Crimeia é território russo e que precisam reconhecer que Donetsk e Lugansk são Estados independentes. E é isso. Isto vai parar em um momento”, disse Peskov à Reuters.
O detalhamento das exigências russas vem num momento em que delegações da Rússia e da Ucrânia se preparam para se reunir nesta segunda-feira para uma terceira rodada de conversações destinadas a acabar com a guerra da Rússia contra a Ucrânia, uma invasão lançada em 24 de fevereiro que causou a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e provocou indignação em todo o mundo.