Imprensa

Kremlin chama protesto antiguerra na TV estatal de “hooliganismo”

15 mar 2022, 11:55 - atualizado em 15 mar 2022, 11:55
“No que diz respeito a essa mulher, isso é hooliganismo”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que elogiou o canal estatal como um pilar de notícias objetivas e oportunas (Imagem: Sputnik/Sergey Guneev/Kremlin via REUTERS)

O Kremlin classificou nesta terça-feira como “hooliganismo” um ato de dissidência de uma mulher que interrompeu um noticiário ao vivo na televisão estatal russa para criticar a guerra na Ucrânia.

A manifestante ergueu um cartaz atrás de uma apresentadora de estúdio no Canal Um na noite de segunda-feira e gritou slogans condenando a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

“No que diz respeito a essa mulher, isso é hooliganismo”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que elogiou o canal estatal como um pilar de notícias objetivas e oportunas.

Autoridades em Moscou descrevem a ofensiva da Rússia na Ucrânia como uma operação militar especial para desarmar o país e impedir o “genocídio” contra os que falam russo, uma justificativa descartada pela Ucrânia e pelo Ocidente como um falso pretexto para uma invasão de um país democrático.

Quase 15.000 pessoas foram detidas em toda a Rússia durante protestos contra a guerra desde 24 de fevereiro, de acordo com uma contagem mantida pelo OVD-Info, um grupo independente de monitoramento de protestos.

A manifestante na TV estatal foi identificada como Marina Ovsyannikova, funcionária do Canal Um, segundo a OVD-Info e o chefe do grupo de direitos humanos Ágora.

Investigadores do Estado estavam analisando na terça-feira se ela poderia ser punida sob uma nova lei que prevê penas de prisão de até 15 anos, disse a agência de notícias russa Tass, citando uma fonte policial.

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