KPMG e Aspen Digital divulgam relatório sobre interesse de Family Offices em ativos digitais
A KPMG da China, junto com Aspen Digital, gestora focada em ativos digitais, divulgaram nesta semana sua primeira pesquisa que busca abordar o interesse de investidores afortunados e family offices em criptoativos.
A pesquisa, chamada “Family office and high net worth investor perspectives on digital asset allocation” (Perspectivas de family office e investidores de alto patrimônio líquido sobre alocação de ativos digitais), buscou entender em quais criptoativos essa classe de investidores estariam investindo o patrimônio.
O relatório foi assinado por Paul McSheaffrey Sócio, Serviços Financeiros da KPMG China e pelo Yang He, CEO e Cofundador da Aspen Digital.
O documento trouxe insights interessantes sobre o tema. “Nos últimos 18 meses, vimos um enorme aumento de investidores institucionais interesse em ativos digitais. Para a indústria asiática de gestão de patrimônio privado, ativos digitais representam uma classe de ativos emergentes com oportunidades que são incomparável em outros produtos financeiros”, disse Yang He.
Insights da KPMG sobre Family Offices e ativos digitais
Logo de cara, o relatório adianta o que todos os entusiastas de cripto gostariam de ouvir: os olhares de ambas classes de investidores para o mercado cripto cresceram, apesar do bear market em que o cenário é encontrado atualmente.
Conforme disposto na introdução do documento, o relatório foi baseado em uma pesquisa com 30 Family Offices (FOs) e investidores de alto patrimônio (HNWIs) em Hong Kong e Singapura realizados no segundo trimestre deste ano, bem como discussões com os respondentes da pesquisa e outras partes interessadas.
A pesquisa descobriu que 92% dos entrevistados estavam interessados em ativos digitais, sendo que 58% dos “FOs” e “HNWIs” já estão investindo e 34% planejam entrar nesse mercado.
“Em nosso estudo, 64% dos entrevistados investem em ativos digitais para capturar potencial positivo, enquanto 35% o fazem devido aos retornos comparativamente baixos dos instrumentos financeiros tradicionais, como ações e títulos.”
A tese de investimento que direciona o aporte desses investidores é majoritariamente uma visão de potencial de lucro, além da perspectiva do cenário atual.
A última razão é composta por uma combinação de que, apesar do cenário econômico não estar favorável, muitos institucionais estão entrando nessa classe de ativos. O resultado é uma visão de longo prazo otimista por parte dos Familys Offices e investidores de alto patrimônio.
A indústria também tem visto um enorme desenvolvimento em termos de infraestrutura e aquisição de talentos, segundo o documento. “A demanda por talentos de alta qualidade de prestadores de serviços deverá continuar.”
No que tange às dificuldades em investir nos ativos digitais, os entrevistados da pesquisa observaram o ambiente regulatório global em evolução e as dificuldades na avaliação precisa.
Paul McSheaffrey, sócio da KPMG China, comenta no documento que os investidores institucionais buscam um regime regulatório claro que possibilite a negociação de ativos digitais.
“Muitas jurisdições estão começando a licenciar exchanges e corretores que lidam com ativos digitais, proporcionando mais segurança regulatória e portanto, conforto aos investidores institucionais”, diz.
“No entanto, ainda podemos esperar mais desenvolvimentos à medida que os reguladores começam a considerar regimes específicos que atendem especificidades dos ativos digitais”, conclui.
Além disso, os entrevistados também compartilharam preocupações sobre a tão famigerada volatilidade do mercado.
Onde e quanto os Family Offices e grandes investidores alocam o portfólio?
Apesar do número de interessados entre ambas as classes de criptoativos aumentar significativamente, a proporção dos ativos digitais no portfólio deles ainda é pequena.
Conforme exposto, cerca de 20% dos entrevistados estão alocando de 10% a 20% de seus portfólio para ativos digitais, mas para a maioria (60%), os ativos digitais compõem menos de 5% de sua carteira.
“É provável que a proporção permaneça relativamente pequena, com 40% dos entrevistados informando que pretendem investir de 5% a 10% de seu portfólio em ativos, enquanto 33% dizem que querem que a proporção permaneça abaixo de 5%”, conta o documento.
A pesquisa aponta que todos entrevistados detém Bitcoin (BTC) e a maioria também possui Ethereum (ETH) no portfólio. Além disso, estão abertos para entrar no mundo das finanças descentralizadas (DeFi) e tokens relacionados ao metaverso.
A justificativa mais ouvida em relação aos dois últimos interesses são de que ambos os setores ganharam a atenção do mainstream e apresentam enorme potencial de crescimento.
“As três principais áreas de interesse para eles no que diz respeito aos ativos digitais são reserva de riqueza, finanças descentralizadas e tokens/metaverso não fungíveis.”
Um investidor de alto patrimônio disse que, em particular, está otimista com a escalabilidade e o ecossistema do Ethereum após o The Merge.
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