Kora Saúde (KRSA3): Acionistas rejeitam saída do Novo Mercado e controladores desistem de fechar capital da empresa
Acionistas da Kora Saúde (KRSA3) rejeitaram a proposta de saída do Novo Mercado — segmento de listagem das empresas com práticas mais rigorosas de governança corporativa da B3–, em assembleia realizada apenas com os minoritários da companhia.
Em comunicado enviado ao mercado nesta terça-feira (30), a companhia informa que não foi verificada a condição suspensiva para o lançamento da oferta pública de aquisição de ações (OPA) proposta pelos controladores da companhia, dessa forma, não prosseguirão com a OPA.
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“A administração da companhia continuará analisando alternativas para reequilibrar sua estrutura de capital e a consecução de sua estratégia de crescimento”.
Vale pontuar que a assembleia contou com uma polêmica envolvendo a B3, que barrou a participação de Bruno Moulin Machado e Ivan Lima, fundadores da Kora, tendo em vista que donda da Bolsa entende que eles estão ligados ao fundo HIG Capital, controlador da empresa de saúde com 68,4% do capital.
Apesar de o fundo não poder votar de qualquer modo na assembleia, os fundadores da Kora poderiam fazer a diferença a favor da proposta do HIG, já que eles possuem 10,6% das ações da companhia
Embora também sejam minoritários, a dupla faz parte de um acordo de acionistas com o controlador. Essa situação deixou um grupo de minoritários insatisfeitos, por considerarem um abuso do poder de controle.
Neste cenário, apenas os demais minoritários votaram na assembleia. Entre eles, gestoras como Leblon Equities, Polo Capital e Itaú. Todos eles votaram contra a proposta do HIG.
Por que controladora da Kora Saúde a queria fora do Novo Mercado?
Para os controladores das Kora, a participação no Novo Mercado da B3 “restringe algumas das alternativas disponíveis para o financiamento e a expansão das suas atividades”.
Entre elas estão a possibilidade de captação de recursos por meio da emissão de ações preferenciais e a realização de operações de combinação de negócios com empresas nacionais e estrangeiras que, atualmente, não integram o Novo Mercado.
Além disso, defendiam que, desde o IPO, a Kora vem tendo dificuldade em manter o percentual mínimo de ações em circulação (free float) exigido pelo Novo Mercado. “Após mais de uma concessão de dispensa pela B3, atualmente, possui um free float correspondente a 20,291% do capital social, praticamente equivalente ao mínimo permitido para o segmento”, dizem.
A Kora abriu o capital na B3 há três anos. De lá para cá, as ações da empresa amargam uma queda da ordem de 90%. No pregão de ontem, os papéis encerram o dia a R$ 0,70, em queda de 1,41%.
*Com informações do Seu Dinheiro