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Klabin (KLBN11): CEO responde se pagará menos dividendos com nova política

30 out 2024, 14:13 - atualizado em 30 out 2024, 17:28
ceo da klabin
(Imagem: Linkedin)

A Klabin (KLBN11) divulgou, em fato relevante enviado ao mercado na última terça, que aprovou mudanças na política de envidamento e de dividendos. Como em toda mudança, investidores ficaram preocupados se isso poderia prejudicar o retorno do acionista.

Pelos novos termos, a empresa agora vai distribuir entre 10% e 20% do Ebitda ajustado aos acionistas, abaixo da faixa anterior de 15% para 25%, enquanto permite ao conselho decidir distribuir dividendos extraordinários. 

Em relação ao endividamento financeiro, a Klabin estabeleceu um limite de alavancagem de 3,9x durante os ciclos de investimento (ante 3,5x a 4,5x da faixa anterior).

Em reação, as ações KLBN11 terminaram a sessão desta quarta-feira (30) com alta de 1,12%, a R$ 20,79.

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Impactos para a Klabin

No AGF Day, realizado em São Paulo nesta quarta-feira, o CEO da companhia, Cristiano Teixeira, disse que é normal que a companhia reorganize suas políticas, principalmente a de endividamento.

“É assim que tem que ser. Na medida em que vamos ganhando mais. É só transferir isso para nossa vida pessoal. Se você vai evoluindo e ganhando mais dinheiro, também quer proteger melhor seu patrimônio”, disse.

Ele recorda que a Klabin saiu de um Ebitda de dois bilhões para uma referência de oito bilhões hoje, segundo projeções.

“Então, a quantidade de Ebitda necessária para alavancar novos ciclos, em número absoluto, precisa ser menor”, diz.

Menos dividendos?

Teixeira destaca que a companhia se prepara para gerar ‘muito caixa’ pelos próximos dois anos em meio à entrada de máquinas e projetos, como o Puma, uma das maiores apostas da companhia.

“Essas máquinas vão trazer mais produção — pelo menos mais 200 mil toneladas. Isso vai gerar mais Ebitda para a companhia”.

Dessa forma, a gigante de papel e celulose espera manter o pagamento de dividendos nos atuais níveis, que hoje está em torno de R$ 1,20 a R$ 1,25 por unit e R$ 0,25 por ação. 

“Para nosso bolso, isso não vai impactar, pois a companhia está crescendo. O valor pago por ação neste ano deverá ser o mesmo no próximo, pois o Ebitda está crescendo. Pago 20% da geração de caixa. Assim, ao ajustar para um centro de 15%, e com o crescimento do Ebitda , o valor por ação – R$ 0,25 ou R$ 1,20 – deverá se manter”

Safra enxerga prudência

Para o analista do Safra, Ricardo Monegaglia, a Klabin é prudente ao mudar a política.

“Parabenizamos a abordagem mais cautelosa, já que o índice Dívida Líquida/Ebitda da empresa deverá exceder 4x nas suas demonstrações do terceiro trimestre devido a cerca de US$ 1,2 bilhão em desembolsos relacionados ao projeto Caete”, diz.

A estimativa é que a companhia atingirá uma dívida líquida/Ebitda abaixo de 3,5x no primeiro trimestre de 2025, assumindo que vende o excesso de terra da Caete. Sem essa venda, no entanto, a relação só cairia abaixo de 3,5x no terceiro trimestre de 2026.

“Notavelmente, uma redução nos pagamentos de dividendos – de 20% para 15% do Ebitda – apoiaria ainda mais a obtenção de um Dívida Líquida/Ebitda abaixo de 3,5x no terceiro trimestre de 2025.

No lado negativo, o analista prevê que alguns investidores podem penalizar a companhia por um fluxo de dividendos reduzido nos próximos trimestres.