Klabin (KLBN11): BTG vê bons fundamentos, com foco em desalavancagem; hora de comprar?
O BTG Pactual disse ter conversado com a Klabin (KLBN11) durante conferência em Nova York. Para o banco, a tese de investimento segue sólida e a empresa segue reforçando sua estratégia de integração e downstream nos últimos anos, o que o BTG vê como assertivo.
Os analistas citam uma correção nos preços da celulose na China, mas ponderam que a empresa está muito menos exposta àquela região e tem resistido à tempestade muito bem (o negócio de papel e embalagens está tendo um bom desempenho).
“Em outros lugares, a empresa se concentra na desalavancagem por enquanto (alavancagem em 3,5x no segundo trimestre), o que acreditamos ser uma abordagem prudente. Olhando para o futuro, o próximo movimento de crescimento provavelmente será adicionar capacidade de fluff em Santa Catarina, um nicho que gostamos”, apontam Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
No geral, o BTG segue vendo a empresa se movendo na direção certa. Apesar disso, o banco mantém sua recomendação neutra (preço-alvo de R$ 28 e potencial de alta de 37,05%) com base no valuation (ações negociadas a 7,0x Ebitda 25).
Os projetos da Klabin
No fim de 2023, a Klabin adquiriu, para o Projeto Caetê, 150 mil hectares (85 mil produtivos) e 31,5 milhões de toneladas de madeira da Arauco por US$ 1,16 bilhão.
“A empresa orienta para uma TIR real não alavancada de ~13%, com um valor presente líquido de ~R$ 2 bilhões. A administração continua comprometida em vender parte do excesso de floresta, mas a volatilidade recente do mercado desacelerou o processo em nossa visão”, explicam.
As iniciativas de redução de custos incluem menores custos de aquisição de madeira e melhor eficiência logística. Economias de R$ 350-400 milhões anuais são esperadas de 2025 a 2028, com a Caetê sendo fundamental para neutralizar a inflação de custos. As compras de madeira de terceiros devem cair para apenas 23% até 2026, de aproximadamente 50% atualmente.
Alavancagem e planos de expansão
A Klabin continua mantendo um balanço saudável, mas está buscando reduzir a alavancagem pós-Caete. Os analistas calculam que a alavancagem cairá para ~3x até 2025YE, vindo de norte de 3,5x atualmente.
No Puma II, o ramp-up tem progredido bem, com a segunda fase adicionando 460ktpa de produção de papelão revestido (PM28). A PM27 produz 450ktpa de Eukaliner, o primeiro kraftliner do mundo feito de 100% de fibra de eucalipto. “O crescimento em volumes deve ajudar a empresa a minimizar as pressões de receita dos preços mais baixos da celulose”.
Quanto ao Projeto Figueira, há o início de uma nova unidade de caixas de papelão ondulado em Piracicaba, com capacidade de 240ktpa. Concluído no prazo e abaixo do orçamento, com remessas de caixas de papelão ondulado previstas para crescer em torno de 5% a/a em 2024.
No âmbito de fusões e aquisições, não há nenhum movimento relevante, com a empresa focada em aumentar o Puma 2, desalavancagem e crescimento orgânico à frente (Fluff). “Provavelmente a empresa está pronta para aprovar uma expansão de fluff de 500-600 ktpa, o que acreditamos ser um movimento sensato”.