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Klabin (KLBN11): CEO enxerga momento de colheita e ‘hora de gerar caixa’

10 dez 2024, 14:17 - atualizado em 10 dez 2024, 14:17
ceo da klabin
Após a divulgação dos resultados do 3T24, Teixeira ressaltou que o foco da companhia nos próximos dois anos ficará por conta da redução da alavancagem. (Imagem: Linkedin)

Nesta terça-feira (10), a produtora de papel e celulose Klabin (KLBN11) realizou seu “Klabin Day 2024“, evento com investidores e imprensa realizado em Piracicaba (SP), no Projeto Figueira, chamado agora de “Piracicaba II”, fábrica papel ondulado que teve o início das suas operações em abril de 2024.

Na abertura do evento, o CEO da Klabin, Cristiano Teixeira, falou sobre a conclusão de um ciclo de expansão da companhia entre 2017-2024, com a criação do Projeto Plateau e a entrega do “Piracicaba II” neste ano.

Em novembro, após a divulgação dos resultados do 3T24, Teixeira ressaltou que o foco da companhia nos próximos dois anos ficará por conta da redução da alavancagem. Para ele, o momento atual é de “colheita”.

“Temos um plano estratégico para os próximos 10 anos. Nos primeiros 2 anos, queremos gerar fluxo de caixa livre, reduzindo a dívida bruta da companhia, com crescimento em volume de produção. Ainda continuamos como uma história de crescimento, mas circunstancialmente estamos focados na desalavancagem”, explicou.

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Os diferenciais da Klabin

Teixeira destaca a inovação da empresa no uso de tecnologias, como o processo “Fiber to Fiber”, que foi pioneiro na utilização de papel feito 100% de eucalipto, com o Eukaliner.

Ele também compartilhou o sucesso dos produtos no mercado global, ressaltando o diferencial competitivo da empresa no segmento de fibra longa.

O CEO reforçou que o diferencial da Klabin para outras empresas fica por conta da companhia contar com fibra longa em um país tropical.

“O diferencial da Klabin para outras empresas fica por conta da tecnologia e estudos em fibra longa, sendo um destaque global. Identificamos que termos a fibra longa em um país tropical é nosso diferencial, com a fibra longa mais competitiva do mundo”.

Assim como dito pelo CEO, o diretor financeiro e de relações com investidores da Klabin, Marcos Ivo, comentou que é hora de gerar caixa para o pagamento da dívida e que a recompra de ações é “sempre uma opção”.

De acordo com ele, a companhia enxerga a possibilidade de ampliar sua base florestais no Brasil, mas essa expansão deve ser concentrada no Sul do país, por questões climáticas e de produtividade.

As estratégias de crescimento e a integração com o agronegócio

O crescimento e diversificação da empresa, com foco na fibra longa, segue como um dos principais pilares da empresa, especialmente para mercados de nicho como fraldas geriátricas, e a constante adaptação às tendências de consumo.

Para Teixeira, os investimentos em ativos florestais e maquinários são fundamentais para aumentar a produção e garantir a estabilidade nos preços, enfatizando a integração entre os setores de florestas e conversão.

“Temos 460 mil hectares de ativos florestais. Com uma conta simples, de quanto vale a terra e a floresta no Brasil, podemos chegar à conclusão que os ativos de floresta da Klabin são mais valiosos que a companhia. Agora, a terra sem ativos industriais não daria ROIC. Essa terra já teria virado agricultura se não houvesse essa tecnologia integrada. É o setor do agronegócio mais integrado do Brasil”, conclui

Por que as ações da KLBN11 estão subindo?

No último mês, as ações de KLBN11 acumulam alta de 11,83% (até 12h10). Entre os motivos que parecem explicar essa alta, está a escalada do dólar no período.

Segundo a diretora de finanças corporativas e relações com investidores, Gabriela Woge, em entrevista ao Money Times no mês passado, a Klabin conta com algo em torno de 40% da sua receita vinda de exportações, principalmente nos mercados de papel e celulose, o que gera uma exposição cambial positiva com o dólar em alta. Enquanto isso, os custos da companhia estão todos em reais.

“Qualquer movimento de depreciação do real frente ao dólar impacta positivamente os resultados”, disse.

Segundo Ivo, diretor financeiro da Klabin, cada variação de 10 centavos no câmbio representa aproximadamente R$ 160 milhões no Ebitda da companhia, para baixo ou para cima.

*O jornalista viajou a convite da Klabin

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.