KKR pode subir oferta por Telecom Itália para convencer Vivendi
A KKR & Co. estuda aumentar a oferta pela Telecom Itália, controladora da TIM (TIMS3), em resposta à Vivendi, segundo a qual a proposta inicial de 10,8 bilhões de euros (US$ 12,2 bilhões) é muito baixa, segundo pessoas a par do assunto.
A empresa de private equity americana está nos estágios iniciais de discussão com consultores sobre quanto precisará aumentar sua proposta para conquistar acionistas reticentes, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas.
No domingo, a Telecom Itália disse que havia recebido uma oferta preliminar da KKR de 50,5 centavos de euro por ação. A empresa de private equity avalia se precisará aumentar a oferta para cerca de 70 a 80 centavos por ação para fechar um acordo, segundo as pessoas.
Algumas fontes da KKR acreditam que a empresa poderia fazer uma oferta de cerca de 90 centavos por ação para convencer a Vivendi. A KKR ainda não decidiu até onde está disposta a ir, e qualquer nova proposta só viria depois que a KKR conduzisse diligência prévia. A empresa italiana ainda não concedeu à KKR acesso aos livros, disse uma pessoa.
As ações da Telecom Itália chegaram a subir 10% em Milão na quarta-feira, enquanto a Vivendi avançou 2,6% em Paris.
A Vivendi, controlada pelo bilionário francês Vincent Bollore, possui cerca de 24% da Telecom Itália. Bollore disse esta semana que a oferta da KKR “não reflete o valor fundamental” da operadora.
A disponibilidade de crédito e pressão para gastar grandes quantias de capital impulsionaram acordos de aquisição a um nível recorde este ano. Incluindo dívida, uma possível compra da Telecom Itália seria considerada uma das maiores aquisições de private equity de todos os tempos.
Nenhuma decisão foi tomada, e não há certeza de que as deliberações da KKR levarão a uma oferta revisada, disseram as pessoas. Representantes da KKR, Telecom Itália e Vivendi não quiseram comentar.
A oferta da KKR “parece ousada e oportunista”, e a probabilidade de rejeição da Vivendi sugere que o preço pode ser aumentado, de acordo com o analista da Bloomberg Intelligence, Erhan Gurses.
A Vivendi comprou sua participação a um custo médio de cerca de 1 euro por ação, embora em sua última compra significativa, em 2016, tenha pagado 70 centavos por ação, escreveu em nota de 22 de novembro.
O comando da empresa francesa pode ver a proposta da KKR como uma oportunidade de sair do negócio, após um longo período de perdas não realizadas, se o preço for alto o suficiente, escreveu Gurses.