Renda Fixa

Kinea passa a limpo 2023, diz onde errou e acertou e faz previsão para 2024: Renda fixa não está morta

08 jan 2024, 10:05 - atualizado em 05 jan 2024, 15:37
os erros e acerto da kinea - fundos de renda fixa
Apesar de um ano conturbado, a Kinea fez um balanço dos pontos que acertaram e erraram no ano e disseram o que fez seus fundos de renda fixa se manterem resilientes. (Imagem: Getty Images)

Em 2023, os profissionais de diversas gestoras encontram uma grande dificuldade em achar padrões e analisar para onde os gráficos estavam levando os mercados. Com a Kinea Investimentos, não foi diferente.

As taxas de juros elevadas, o risco de recessões pelo mundo, políticas fiscais expansionistas, duas guerras acontecendo ao mesmo tempo, a China com a sua fraqueza imobiliária e o baixo crescimento econômicos dos países fizeram com que o ano não fosse nada previsível.

Especificamente no Brasil, os juros passaram por quatro tendências distintas durante o ano. Segundo a análise dos gestores da Kinea, houve um primeiro movimento de aversão ao risco após as eleições presidenciais, seguido de um movimento de fechamento de juros com a expectativa de cortes do Banco Central, e novamente um período de aversão ao risco com a elevação dos juros nos Estados Unidos; agora, vivemos um fechamento com a expectativa de cortes do Federal Reserve.

Com este cenário posto, a Kinea constatou que “navegou bem” pelas tendências dos juros brasileiros durante o ano em seus fundos de renda fixa.

“Com uma visão desinflacionária, iniciamos o ano aplicados em juros, movendo para uma posição neutra quando a taxa terminal se encontrava próxima a 9% e os juros longos nos Estados Unidos iniciaram seu processo de abertura. No final do ano, voltamos para um posicionamento aplicado, o qual mantemos”, explicaram na carta de final de ano que escreveram sobre seus erros e acertos.

Denis Ferrari, gestor de renda fixa da Kinea, destaca que para os fundo desta classe de ativos, a gestora optou em manter as posições em juros nominais, evitando uma exposição nos juros reais, ou seja, nas NTN-Bs, que performaram pior ao longo de 2023.

Mesmo que tenham feito uma boa navegação, a gestora não descarta que em alguns momentos tiveram complexidades a serem resolvidas. “Reconhecemos a dificuldade desses movimentos e o fato que esses foram responsáveis por boa parte da má performance da indústria de fundos esse ano”, apontou a carta.

O que a Kinea espera para 2024?

Na carta, a Kinea explica que começa o ano com perspectivas mais positivas para os ativos de risco no Brasil e no exterior, como consequência dos cortes nas taxas de juros conduzidos por diversos bancos centrais, de uma inflação global convergente e de um crescimento perto do potencial na maior parte dos países.

“Nossas preferências, indicadas na carta, estão nos mercados emergentes, em renda fixa e bolsa, particularmente no Brasil. Também gostamos de áreas de crescimento estrutural nos Estados Unidos, como o urânio, biotech e semicondutores, e ativos que devem se beneficiar globalmente de uma gradual recuperação dos indicadores antecedentes da economia global (PMIs) ao longo do próximo ano”, finaliza o documento.

Ferrari aponta que a gestora vê os fundos de renda fixa como uma excelente alternativa de investimento. “O primeiro motivo que eu acho importante citar é que a Selic média de 2024 ela vai permanecer alta. Ela vai ser ainda próxima de 10%. Consequentemente, o retorno base dessa classe de ativos, que é o CDI, vai ser um retorno absoluto alto em torno de 10% para 2024″, explica o profissional.

O gestor ainda cita outros dois pontos para validar a sua afirmação: o bom momento dos ativos de risco é derivado do otimismo da renda fixa; além disso, há diferentes alternativas de investimento atualmente mais sofisticadas e com mais volatilidade dentro dessa classe de renda fixa.

Os fundos de melhor rentabilidade no ano de 2023 da gestora

Entre os destaques nos fundos de renda fixa que mais rentabilizaram no ano da Kinea estão o Dakar, que teve lucro de 18,01% e o IPCA Dinâmico, com 17,67%. A boa performance dos títulos, apesar do ano incerto, foi explicada pela sua composição estratégica.

Ambos os fundos têm uma abordagem mais inovadora. A diferença básica entre o Dakar e o IPCA Dinâmico, segundo o gestor de renda fixa da Kinea, é que um busca superar o CDI, enquanto o outro, busca aumentar o poder de compra do cliente e é investido em títulos indexados ao IPCA de curto prazo.

“Vale citar aqui que em ambos os fundos, a estratégia é bastante flexível, e consequentemente, a gente investe tanto no Brasil quanto no exterior, tanto em juros como em moedas e em crédito privado. Isso ajuda a não ficarmos presos em uma única classe de ativos, aumentando o número de oportunidades ao longo do ano e, consequentemente, diminuindo o risco de cauda desses produtos”, ressaltou Ferrari.

A resiliência dos fundos no ano vieram grande parte da renda fixa internacional, que como já citado, soube acompanhar as diferentes tendências. Além disso, parte do resultado veio do crédito e da renda fixa local.

“Assim podemos correr um pouco mais de riscos e, quando acerta, traz um retorno mais consistente para os clientes”, explicou.

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