Kepler Weber (KEPL3) no mercado de FIIs e aluguel de silos? Analistas chamam atenção para ação após encontro com investidores
A Kepler Weber (KEPL3), líder no mercado de equipamentos para armazenagem de grãos, realizou na última terça-feira (26) o seu Investor Day, que contou com a presença de investidores, gestores e analistas de ações.
De acordo com o Citi, a empresa está perto de se envolver em uma transação na qual vende um silo para um investidor institucional (FII), que assina um contrato de aluguel de longo prazo com o usuário final.
“Kepler deve vender para o FII com uma margem bruta semelhante ou ligeiramente abaixo do que vende para clientes regulares; no entanto, pretende cobrar uma taxa de take rate sobre os aluguéis de até 25% por ter estruturado a operação e o gerenciamento dos silos de forma contínua”, disseram os analistas.
Fora isso, a empresa também anunciou uma nova linha de aluguel de silos, que deve garantir uma renda recorrente para a empresa – por meio da taxa de aceitação de aluguéis – , que tende a ser avaliada em um múltiplo maior do que o negócio regular.
“Vemos a nova linha de aluguel de silos como promissora, pois os silos para aluguel têm o potencial de aumentar significativamente a penetração de armazenamento, diminuindo assim a lacuna de armazenamento no Brasil. A Kepler está sendo negociada a 4,6x EV/Ebida, enquanto a média do setor é de 6,7x. Recomendamos compra e preço-alvo de R$ 12”.
Visão da XP para KEPL3
Para os analistas da XP Investimentos, a estratégia de expansão do mercado endereçável – como exemplificado pela entrada no aluguel de unidades de armazenagem – mantém a posição de liderança de mercado nos segmentos tradicionais e explora oportunidades de monetização em torno de soluções de conectividade pós-colheita.
Com os esforços para reduzir a ciclicidade e aumentar a recorrência de receita, a XP segue vendo a Kepler bem-posicionada para se beneficiar dos crescentes investimentos em infraestrutura no agronegócio, apoiados por um crescente déficit de armazenagem no Brasil.
“Continuamos a ver a Kepler como um ativo de qualidade, com spreads sólidos entre seu retorno e custo de capital, uma história de crescimento plausível e um valuation descontado apoiando nossa recomendação de compra (preço-alvo de R$ 16)“, disseram Lucas Laghi, Fernanda Urbano e Guilherme Nippes.
No evento, a Kepler detalhou seu plano estratégico até 2030, com crescimento à frente apoiado em três pilares principais:
- Fortalecimento de sua posição de liderança, mantendo um portfólio atualizado com lançamentos de novos produtos (como o KW Max);
- Expandir seu mercado endereçável, entrando em segmentos como aluguel de unidades de armazenagem; e, eventualmente,
- Acelerar a geração de valor por meio de inteligência de dados, com conectividade pós-colheita (2 mil unidades de armazenagem conectadas até o momento) abrindo caminhos de monetização com muitos players, ao mesmo tempo em que reduz as perdas de grãos.
Nesta quarta-feira (27), os papéis KEPL3 caíram 3,46%, a R$ 10,04.