Eleições Americanas

Kamala ou Trump? Qual o impacto das eleições à presidência dos Estados Unidos para Embraer (EMBR3) e Weg (WEGE3)

01 nov 2024, 10:37 - atualizado em 01 nov 2024, 17:29
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Para o BTG Pactual, o impacto do resultado das eleições nos EUA "será mínimo" para as ações brasileiras (Imagem: iStock/twinsterphoto)

Com a proximidade das eleições à presidência dos Estados Unidos, os investidores têm calibrado os possíveis impactos da vitória de Kamala Harris e de Donald Trump

No Brasil, as ações brasileiras mais expostas ao mercado norte-americano têm ganhado destaque, entre elas ações “queridinhas” dos investidores Embraer (EMBR3) e WEG (WEGE3).

Desde janeiro, Embraer (EMBR3) saltou quase 120% e é o papel com melhor desempenho do principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa. 

WEG (WEGE3), conhecida também como uma ‘máquina de bilionários’, avança 50% — aparecendo entre o top 10 do Ibovespa no acumulado do ano. 

Na avaliação do BTG Pactual, o impacto das eleições à presidência dos Estados Unidos sobre os negócios das duas empresas “será mínimo” — ainda que Kamala e Trump tenham visões opostas em relação à energia e à defesa. 

“Acreditamos que fatores políticos não alteram as perspectivas de longo prazo para nenhum dos setores”, escrevem os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, em relatório. 

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O que esperar de Weg? 

Os analistas do BTG Pactual destacam que a WEG tem mostrado um forte crescimento no mercado norte-americano nos últimos anos, impulsionado por dois produtos: motores de baixa tensão (BT) e transformadores de potência. 

A demanda dos produtos, por sua vez, não deve ser afetada por fatores políticos.

“Independentemente dos resultados políticos, esse desequilíbrio entre oferta e demanda parece improvável de mudar”, escrevem os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia

No segmento de motores elétricos, os analistas destacam que há aplicações tanto em energia renovável quanto tradicional, com o setor de Óleo & Gás sendo um consumidor significativo de tecnologia de bombeamento. 

Para a WEG, a principal discussão gira em torno do Inflation Reduction Act (IRA) e do apoio do governo dos EUA à infraestrutura de energia renovável. 

No caso de Kamala Harris, ela desempenhou um papel crucial para a aprovação do IRA — que alocou financiamento significativo para energia renovável, créditos fiscais para veículos elétricos e programas de desconto. 

Já Donald Trump revogou alguns acordos ambientais internacionais durante o seu governo. Nesta campanha, o republicado tem reforçado o apoio a setores tradicionais de energia, como petróleo. 

“Muitos especialistas acreditam que as diferentes abordagens de Trump e Harris para as preocupações ambientais não alteram significativamente a tendência de longo prazo dos EUA de aumentar sua capacidade de energia renovável, embora o ritmo possa ser diferente”, diz o relatório. 

O que esperar de Embraer? 

Os analistas da XP afirmam que os Estados Unidos devem aumentar os gastos militares, independentemente do resultado das eleições — o que é um fator positivo para as ações da Embraer. 

Por outro lado, as possíveis barreiras comerciais, como tarifas de importação sobre bens manufaturados, são pontos de atenção para a fabricante de aeronaves — principalmente no caso de vitória de Donald Trump. 

“A família de jatos Embraer E1 é atualmente o único jato regional nos EUA que está em conformidade com as cláusulas de escopo das companhias aéreas existentes, não enfrentando concorrência direta da linha da Boeing, que se concentra em jatos maiores”, diz o relatório. 

Os analistas afirmam que se tarifas de importação mais altas forem cobradas, os preços dos jatos podem aumentar, potencialmente interrompendo a cadeia de suprimentos da Embraer sediada nos EUA. 

A medida também deve afetar os custos de aquisição de aeronaves para outras companhias aéreas norte-americanas.