Kairós enxuga risco em Brasil e quer aceno fiscal para voltar
A Kairós Capital quer uma sinalização mais clara do próximo governo sobre qual será a âncora fiscal – e em que termos – para voltar a ampliar posições no Brasil, diz o sócio e diretor de investimentos da gestora, Fabiano Godoi, em entrevista.
A empresa, que gere um patrimônio de R$ 300 milhões, começou um processo de diminuição da exposição em Brasil em 2020 e, hoje, mantém 75% do risco alocado em ativos no exterior, destacadamente em países desenvolvidos.
Com o Brasil em “modo eleição antecipado” desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi viabilizado como candidato e os bancos centrais globais enxugando liquidez, o ambiente ficou difícil para tomada de risco local, bem como para emergentes no geral. “Quando lá fora não está bom e aqui não está animador, a vontade de fazer posição é baixa”, diz.
Uma sinalização sobre um horizonte para a dívida pública, no entanto, colocaria o Brasil de volta na lista de interesse dos investidores. “Com norte fiscal e horizonte para a dívida cair, abre-se a possibilidade de que o Brasil volte a ser um bom emergente para se investir”, diz, emendando que essa sinalização é que deve determinar o quão sustentável será o rali pós-segundo turno.
Para Godoi, a reprecificação ocorrida após o primeiro turno das eleições – na segunda-feira logo após o pleito a bolsa subiu 5,5% – foi um movimento justo. A eleição de um Congresso mais à direita, avalia, diminui a probabilidade de interferência nas estatais e de “descalabros fiscais”.
Esse cenário, aliado à antecipação do aperto monetário no Brasil pelo Banco Central, quando comparado com o resto do mundo, tem permitido um descolamento tanto da bolsa quanto do real nas últimas semanas.
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