Justiça

Justiça pede suspensão do Telegram no Brasil após aplicativo não responder à PF

26 abr 2023, 15:30 - atualizado em 26 abr 2023, 15:30
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Não é a primeira vez que a plataforma tem problemas com as autoridades brasileiras. (Imagem: Unsplash/Tingey Injury Law Firm)

A Justiça Federal do Espírito Santo determinou a suspensão do Telegram no país. A decisão foi tomada após o aplicativo de mensagem não entregar dados à Polícia Federal (PF) sobre grupos neonazistas que atuam na plataforma, informou o portal G1.

Segundo o site, a PF recebeu somente parte do material solicitado. Diante disso, as empresas de telefonia Vivo, Claro, Tim e Oi, além de Google e Apple, serão orientadas a retiraram o Telegram do ar.

Até a publicação desta reportagem, o aplicativo funcionava normalmente.

De acordo com o G1, o ofício sobre a suspensão do aplicativo de mensagem deve ser encaminhado para as empresas na tarde desta quarta-feira (26).

A PF chegou a receber uma parcela dos dados solicitados ao Telegram na última sexta-feira (21). Porém, a corporação quer os dados de integrantes de um grupo com conteúdo neonazista, e o Telegram não forneceu os números de telefone.

Telegram terá que pagar multa milionária

Além da suspensão do aplicativo, a Justiça ampliou a multa aplicada ao Telegram por não entregar os dados de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia de recusa em fornecer os dados, informou o G1. 

O pedido de suspensão do Telegram acontece no âmbito das investigações na cidade de Aracruz, no litoral norte capixaba, que apura o ataque a uma escola que deixou quatro mortos. Segundo a PF, o assassino participava de grupos antissemitas no aplicativo de mensagem.

Não é a primeira vez que a plataforma tem problemas com as autoridades brasileiras.

No início deste ano, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aplicou uma multa de R$ 1,2 milhão ao Telegram por descumprimento de uma ordem judicial. Na ocasião, o aplicativo se recusou a suspender o canal do deputado federal Nikolas Ferreira (PL).

A reportagem do Money Times entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Federal, que não se posicionou sobre as informações publicadas pelo G1. A Justiça Federal do Espírito Santo, por sua vez, disse que o caso corre em segredo de justiça e, por ora, não pode compartilhar informações.