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Justiça libera venda de ativos bloqueados para o Minerva

13 jul 2017, 11:25 - atualizado em 05 nov 2017, 14:00

O Tribunal Regional Federal da 1.ª Região de Brasília liberou a venda das operações de carne bovina da JBS da América do Sul para o frigorífico nacional Minerva, que estava embargada desde o dia 21 de junho pela Justiça Federal de Brasília, apurou o Estado.

A venda das operações da Argentina, do Paraguai e do Uruguai para o Minerva, por US$ 300 milhões, foi anunciada em 6 de junho. Mas, três semanas depois, a Justiça bloqueou a transação, alegando que a venda poderia prejudicar esclarecimento de fatos denunciados na delação da cúpula da JBS, que envolveu o presidente Michel Temer e quase 1.900 políticos.

Em sua decisão para conceder a liminar para destravar a transação, o desembargador federal Olindo Menezes afirmou que o pedido para bloquear a operação “é ilegal e abusiva”. O anúncio da venda da operação para o Minerva foi o primeiro movimento de desinvestimento feito pelos irmãos Batista, de uma série de outros negócios que eles decidiram se desfazer.

Desde que os conteúdos da delação dos irmãos Batista vieram à tona, no dia 17 de maio, os controladores do grupo JBS, dona da Friboi, e da holding J&F, que detém outros negócios – como Eldorado (papel e celulose), Âmbar (energia), Flora (higiene e limpeza)-, estão se desfazendo rapidamente de ativos para levantar recursos no mercado. A operação de carnes Moy Park, da Irlanda, e empresas de confinamento do grupo nos EUA também serão vendidas.

O Estado apurou que as negociações da Vigor estão avançadas. Fontes a par do assunto já estão analisando propostas de vários investidores interessados, como as francesas Lactalis e Danone, a mexicana Lala, a americana Pepsico e de investidores chineses. A J&F contratou o Bradesco e o Santander para assessorá-la nessa transação. As conversas para a venda da Eldorado para a chilena Arauco também estão adiantadas, afirmou uma outra fonte.

Energia

A canadense Brookfield estaria interessada nas linhas de transmissão da companhia Âmbar, que pertence ao grupo da família, por até R$ 1 bilhão, segundo informou a Reuters. Procurado pelo Estado, o fundo não comenta o assunto. À reportagem, a J&F afirmou não comentar “rumores sobre negociação de ativos, além das informações que já são públicas”. Em assuntos societários, a JBS é assessorada pelo escritório Warde Advogados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Por Mônica Scaramuzzo)

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