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Justiça bloqueia distribuição de dividendos da CSN

28 ago 2018, 10:10 - atualizado em 28 ago 2018, 10:10
CSN
Empresaria estaria sendo pressionada para pagar dívida

A 10ª Vara de Execuções Fiscais da Justiça Federal de São Paulo anunciou o bloqueio da distribuição dos dividendos declarados pela CSN (CSNA3) no último dia 17 de agosto no valor de R$ 890 milhões, informou a empresa nesta terça-feira (28).

A siderúrgica esclareceu que está impedida por ora de efetuar o pagamento dos dividendos a partir do dia 30 de agosto, conforme aviso aos acionistas divulgado, e que foi supreendida pela decisão. “A Companhia está avaliando todas as medidas cabíveis para preservar o seu melhor interesse, assim como também o de seus acionistas”, mostra a nota.

Desconfiança

À época do anúncio, o mercado viu a notícia sob dois pontos de vistas. O primeiro como positivo aos acionistas, pois estão recebendo um dividendo extra, o que deve levar a uma alta das ações. Por outro lado, os analistas destacam que os dividendos poderiam levar a uma pressão no preço da ação, uma vez que a empresa se encontra extremamente endividada, tendo que vender ativos e alongar a sua dívida.

O Estado de S. Paulo ressaltou que o anúncio teve como estratégia prover caixa para uma das holdings da família Steinbruch, que precisa honrar parte de um crédito com o Bradesco (BBDC4). A publicação explica que banco atrelou o alongamento de uma dívida que a siderúrgica tem, e está em negociação, com a amortização de parcela de outra dívida detida pela holding.

Então, esses proventos foram uma solução encontrada pela CSN para cumprir essa condição imposta pelo Bradesco.

Endividamento

Ao divulgar o resultado segundo trimestre de 2018, a CSN informou que fechou o período com caixa de R$ 4,35 bilhões, o que representa 41,9% acima dos três primeiros meses do ano. Mas, em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 4,1%. Apesar disso, desde dezembro de 2016 o dinheiro em caixa da companhia não subia de um trimestre para o outro.

Apesar dos números, dívida líquida da companhia ainda é de R$ 27,13 bilhões, segundo a contabilização de junho, subindo 2,3% ante o primeiro trimestre, montante que é um recorde histórico para a CSN.

Ponto importante para a alavancagem financeira, que caiu no período devido à melhora operacional. O nível de 5,34 vezes, apesar de alto, é o menor desde março de 2015.

O que tem pesado contra a CSN é o câmbio. Mais da metade das obrigações da siderúrgica (55%) são para pagamento em moeda estrangeira. O real mais fraco é mais um fator que pesa negativamente na estratégia da redução da dívida.

(Com Investing.com)

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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