Justiça

Justiça aceita denúncia contra executivos da Maersk por contratos com Petrobras

18 set 2020, 16:53 - atualizado em 18 set 2020, 16:53
Maersk
Procuradas, Maersk e Petrobras não responderam de imediato a pedidos por comentários (Imagem: REUTERS/Yilei Sun)

A Justiça Federal de Curitiba aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra dois executivos da empresa dinamarquesa de logística Maersk acusados de corrupção ativa em contratos com a Petrobras, informou o MPF do Paraná nesta sexta-feira.

De acordo com a Procuradoria, as investigações da Lava Jato teriam apontado participação dos réus em suposto esquema de corrupção em contratos de afretamento de navios entre a Maersk e a Petrobras de 2006 a 2014, com prejuízos estimados em 31,7 milhões de dólares para a petroleira.

Em comunicado, o órgão informou que foram denunciados no âmbito da Operação Lava Jato um representante contratado da Maersk no Brasil, Wanderley Saraiva Gandra, e um executivo, Viggo Andersen.

Além disso, a 13ª Vara da Justiça Federal na capital paranaense também aceitou denúncia contra Eduardo Autran, então subordinado ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, por corrupção passiva e peculato, acrescentou o Ministério Público Federal.

“A denúncia apresentada pelo MPF é resultado do aprofundamento das investigações relacionadas aos anexos de vários acordos de colaboração celebrados e às provas adicionais produzidas a partir dessas informações”, disse o órgão público, mencionando as delações premiadas de Paulo Roberto Costa e Eduardo Autran.

No período do alegado esquema, afirmou o MPF, Viggo Andersen teria acertado com a Maersk comissão de 2,5% sobre os valores pagos pela Petrobras (PETR4) pelos afretamentos, repassando metade para uma empresa de Wanderley Gandra, que repassaria propina a Costa em troca de informações privilegiadas sobre as demandas de estatal.

Já Autran teria atuado para o recebimento dos valores por Costa, afirmam os procuradores, que ainda citam descobertas da estatal em “apuração interna” como fonte de informações.

Procuradas, Maersk e Petrobras não responderam de imediato a pedidos por comentários.

Não foi possível entrar em contato com os acusados ou seus representantes e advogados.

A Petrobras tem defendido em outras ocasiões que é vítima e que colabora com as investigações desde 2014.