Economia

Juros reais caem no Brasil; entenda como isso impacta o crédito e investimentos

17 dez 2023, 14:00 - atualizado em 14 dez 2023, 16:25
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Brasil perde a liderança dos maiores juros reais do mundo após Banco Central reduzir Selic em 0,50 ponto percentual. (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual pela quarta vez consecutiva. Com isso, a taxa básica de juros passou de 12,25% para o patamar de 11,75% ao ano.

Mas não foi apenas a Selic que viu os números caírem. Em um ranking mundial elaborado pelo Portal MoneYou, o Brasil aparece em segundo lugar quando o assunto é juro real.

Agora, o juro real brasileiro está em 6,11% ao ano, ligeiramente abaixo do juro do México que está em 6,58% e ocupa a primeira posição da lista. Até o mês passado, Brasil estava na liderança, com uma taxa de 6,9%.

A queda se deu porque, para chegar ao número do juro real, é preciso descontar do juro nominal (a Selic) o Índice de Preços Ao Consumidor Amplo (IPCA) prevista para os próximos 12 meses. Esse juro é o que representa a rentabilidade real de um investimento, uma vez que já considera o que foi perdido para a inflação.

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Juros reais: Entenda o impacto nos investimentos e crédito

A queda na posição em si é boa porque quer dizer que não temos o maior juro do mundo, mas ainda ocupamos a segunda posição.

Dependendo do lado que se olha, ter um juro real alto pode ser bom ou ruim. Por um lado, o país pode ter um maior fluxo de dólar porque o sonho dos investidores é rentabilidade alta e tendem a se aventurar em países com um juro real robusto.

Dólar entrando significa câmbio caindo. Essa queda não é boa apenas para que está pensando em viajar. O Brasil é um país que importa produtos manufaturados e algumas matérias-primas, por isso, quando o câmbio está alto, o custo de produção industrial e itens já prontos sobem.

Essa elevação afeta a inflação, que sobe junto. Agora, quando a moeda americana cai, a tendência é que os preços caiam juntos, aliviando o IPCA.

No entanto, essa atração de capital estrangeiro pode ser impactado pelos juros americanos. Na semana passada, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) elevou a meta da taxa de juros de referência do Federal Reserve em 0,25 ponto percentual, nesta quarta-feira (03).

A taxa agora se encontra no intervalo entre 5% e 5,25% após a segunda reunião do Fed em 2023. Com isso, os investidores tendem a migrar os seus investimentos para o EUA. Afinal, a rentabilidade é em dólar.

Por outro lado, o juro real tem um efeito de desaceleração da economia, assim como a Selic. Isso porque quando os juros sobem, o empréstimo fica mais caro e isso se resulta em uma queda no consumo das famílias e redução dos investimentos por parte das empresas.

*Com Juliana Caveiro