Juros futuros avançam após alta na Selic e comunicado ‘hawkish’

Juros futuros avançam nos vértices mais curtos e intermediários com decisão da Selic e comunicado mais agressivo do Copom (Imagem: Canva Pro)

Os juros futuros iniciaram a sessão desta quinta-feira (19) com forte alta nos vencimentos curtos e médios em reação ao tom mais agressivo do Comitê de Política Monetária (Copom) no comunicado da decisão sobre os juros.

Ontem (18), o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a Selic em 25 pontos-base, a 10,75% ao ano, dando a largada em um ‘miniciclo’ de aperto monetário.

No comunicado, o colegiado afirmou que “o cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista”.

Além disso, o BC não deu indicação sobre o que vai fazer na próxima reunião (forward guidance), deixando o mercado sem pistas sobre o ritmo e o tamanho do novo ‘miniciclo’ de aperto monetário.

Hoje, os agentes financeiros ajustam as posições com parte das apostas para uma alta de maior magnitude, de 50 pontos-base, na Selic na próxima reunião do Copom, em novembro.

A taxa do Depósito Interfinanceiro (DIs) para janeiro de 2025 abriu a 10,98% ante o ajuste anterior de 10,94%. Já a taxa do DI para janeiro de 2027 saltou para 11,99% na abertura, de 11,80% do ajuste na véspera.

Já os DIs mais longos iniciaram em leve queda. A taxa do DI para janeiro de 2033 iniciou a sessão a 11,95% ante 11,97% no ajuste anterior. Acompanhe o Tempo Real. 

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Nos Estados Unidos, os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries, avançam. Os juros projetados para a dívida de 2 anos (T-note 2 anos), que é mais sensível à política monetária, iniciou o dia a 3,629% ante 3,603% no fechamento anterior.

Já o T-note de 30 anos, que é referência para o mercado de hipotecas norte-americano, tinha alta a 4,031% na abertura contra 4,008% no ajuste da véspera.

Na última quarta-feira (18), o Federal Reserve (Fed) cortou os juros em 0,50 ponto percentual (p.p.), a 4,75% a 5,00%. A magnitude da redução foi em linha com a expectativa do mercado, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group.

Essa foi a primeira redução desde março de 2020 e marca o início do ciclo de afrouxamento monetário na maior economia do mundo.