Juros futuros desabam com IPCA melhor que a encomenda; renda fixa pode pagar 2% ao mês
Os juros futuros chegam a cair mais de 1% nesta terça-feira (12), enquanto o mercado digere a inflação em agosto abaixo do esperado.
Conforme o IBGE, o IPCA no mês passado teve alta de 0,23%, abaixo das expectativas de 0,26%. Portanto, analistas enxergam potencial para que a renda fixa de longo prazo volte a pagar em torno de 2% ao mês.
Por volta das 12h, os contratos DI com vencimento em janeiro de 2027 cediam 1%, com a expectativa de juros futuros caindo de 10,39% para 10,28%. Na ponta mais longa da curva, os contratos DI com vencimento em janeiro de 2033 contraíam 0,5%, com juros futuros passando de 11,35% para 11,30%.
Diante da surpresa positiva na economia, alguns tubarões do mercado voltaram a precificar um corte de 0,75 ponto percentual em alguma reunião do Copom ainda em 2023. Até o momento, o Banco Central sinaliza que vai manter o ritmo de corte da taxa Selic em 0,5 ponto percentual.
Na prática, quem investe em renda fixa pode voltar a ver recuo relevante nas taxas de longo prazo e, por isso, fortes ganhos com marcação a mercado na outra ponta.
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Renda fixa com maior potencial
Conforme o BTG Pactual, é hora dos investidores se posicionarem em títulos com vencimento superior a oito anos, preferencialmente indexados à inflação (IPCA+). No entanto, também há espaço para aproveitar títulos prefixados, surfando a subida das taxas nas últimas semanas.
“Mantemos um nível sobrealocado e com vencimento acima de 3,5 anos. As elevações das inflações implícitas ao longo do último mês melhoraram o ponto de entrada na renda fixa, porque os prêmios longos ainda não foram completamente capturados“, escreve Álvaro Frasson, estrategista de macro do banco, em relatório publicado em setembro.
Dentro do Tesouro Direto, os títulos de renda fixa que melhor se encaixam na estratégia de alocação do banco são:
- Tesouro Prefixado 2029, com rentabilidade atual de 10,93% ao ano, e valorização de 18,83% no ano;
- Tesouro IPCA+ 2035, com rentabilidade atual de 5,43% ao ano acima da inflação, e valorização de 14,74% no ano; e
- Tesouro IPCA+ 2045, com rentabilidade atual de 5,74% ao ano acima da inflação, e valorização de 17,04% no ano.