Mercados

Juros futuros caem após Copom e projetam 5,85% até 2021; Ibovespa sobe para 102 mil pontos

21 jun 2019, 16:23 - atualizado em 21 jun 2019, 16:23
Para 2021, a projeção está em 5,85%, 0,18 ponto menor e, para 2022, 0,24 ponto menor

Por Arena do Pavini

A expectativa de queda nos juros nos EUA e no Brasil domina os mercados hoje e mexe com a bolsa e com os juros futuros. No Brasil, o dia deve ser de menor volume de negócios por conta do feriado ontem. Mesmo assim, chama a atenção as taxas projetadas pelos contratos futuros de juros, que estão em forte queda após o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizar cortes caso a reforma da Previdência seja aprovada.

Os contratos para janeiro de 2020 projetam juros de 5,99%, 0,09 ponto percentual abaixo do fechamento de quarta-feira, dia da decisão do Copom. Para 2021, a projeção está em 5,85%, 0,18 ponto menor e, para 2022, 0,24 ponto menor. Até os contratos mais longos estão em baixa, com 2025 projetando 7,20% (-0,22 ponto) e para 2028, 7,74% (-0,19 ponto percentual).

Juros dos títulos do Tesouro Direto caem

Os juros futuros do Tesouro Direto também recuam, com os papéis corrigidos pela inflação (Tesouro IPCA+ ou NTN-B) para 2035 e 2045 pagando 3,77% mais IPCA hoje, ante 3,90% mais IPCA no começo da semana. Já os juros prefixados das LTN (Tesouro Prefixado) para 2022 caíram de 6,54% ao ano na quarta-feira para 6,31% ao ano agora.

Esse movimento tende a melhorar a rentabilidade de quem comprou esses papéis antes da queda, assim como os fundos renda fixa de mais longo prazo e os renda fixa inflação.

Ibovespa bate 102 mil pontos

Na bolsa, o Índice Ibovespa está em alta, ajustando seus preços ao movimento de ontem, feriado no Brasil de Corpus Christi. Ontem, o S&P500 bateu recorde de pontos nos EUA e os papéis brasileiros haviam subido, acompanhando o otimismo dos investidores com as declarações do

(Fed, banco central americano) indicando queda nos juros lá também.

Mais cuidado com o Irã

Aqui, às 11h45, o Índice Bovespa subia 1,66%, para 101.967 pontos. Na máxima do dia, o índice já superou os 102 mil pontos. O índice é puxado pelas ações da Petrobras, que sobem 2,54% a ação PN, em meio à tensão entre Estados Unidos e Irã, depois que forças iranianas derrubaram um drone de vigilância americano. O presidente americano Donald Trump chegou a ameaçar retaliar Teerã, mas depois voltou atrás e culpou “algum oficial estúpido” do Irã pelo ataque, reduzindo a tensão. Mas o receio continua e os preços do petróleo seguem em alta, de 0,67% em Nova York.

As ações de bancos também sobem, com Itaú Unibanco PN ganhando 1,16% e o Banco do Brasil ON, 1,50%. A ação da bolsa B3 está em alta de 3%.

Entre as ações do Ibovespa, a maior alta é de JBS ON, com 3,81%, seguida de CCR ON, 3,78% e Ultrapar ON, 3,25%. As maiores quedas do índice são de Smiles ON, 2,67%, Natura ON, 1,66% e Gol PN, 1,55%.

O dólar comercial está em queda, de 0,84%, vendido a R$ 3,818.O dólar turismo sobe 0,75%, para R$ 4,03 para venda.

Bradesco vê ajuste dos juros aqui e no exterior

Em um contexto de desaceleração disseminada da atividade, em decorrência das tensões entre EUA e China, e de inflação baixa, bancos centrais de diversas economias mostraram-se inclinados a cortar a taxa de juros nos próximos meses, avalia o Departamento Econômico do Bradesco. No Brasil, avanços na tramitação da reforma da Previdência e sinais de que a economia segue moderada neste segundo trimestre reforçam a expectativa do banco de que a Selic encerrará o ano em 5,75% ao ano. “De fato, a reforma pode ser votada na Comissão Especial na próxima semana, o que indica que sua votação em plenário poderá ocorrer entre julho e agosto”, avalia o Bradesco.

Adicionalmente, a confiança da indústria continuou em queda neste mês, apontando que a retomada da economia segue bastante gradual.

Impacto nos ativos brasileiros

As sinalizações de que Fed e Banco Central Europeu (BCE) estão dispostos a cortar juros neste ano e a moderação da atividade global devem gerar impactos sobre ativos brasileiros, diz o Bradesco. No mês passado, o diferencial de crescimento entre os EUA e o restante do mundo fortalecia o dólar ante as demais moedas, incluindo o real. Entretanto, após os últimos dados de atividade americana indicarem desaceleração, o Fed ajustou o tom de seu comunicado, sugerindo redução de juros ainda em 2019.

No mesmo sentido, o presidente do BCE mostrou-se pronto para diminuir juros ou ampliar o programa de compra de ativos, caso necessário. Assim, juros mais baixos nas principais economias, em um contexto de desaceleração moderada do crescimento global, implicam maior liquidez nos mercados emergentes, podendo levar a uma apreciação da moeda brasileira.

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