Juros e temor de recessão paralisam mercado imobiliário dos EUA
O mercado imobiliário americano passou do medo de perder oportunidades para o medo puro e simples.
Os preços caem de seus picos, com declínios mais acentuados nos mercados caros da Costa Oeste. As guerras de lances desaparecem e os vendedores agora têm que reduzir suas expectativas.
Tudo isso deveria ser uma oportunidade para possíveis compradores que estavam esperando para ter mais poder de barganha após anos de frenesi. Mas em vez disso, eles enfrentam o mercado menos acessível em quase quatro décadas.
O fim abrupto do boom imobiliário da pandemia, com os aumentos agressivos de juros do Federal Reserve, levam a uma sensação de paralisia no mercado — um sinal de que as quedas nos preços vão acelerar.
Com o custo de financiamento imobiliário no nível mais alto desde 2008, faltam compradores, preocupados em pagar demais à beira de uma possível recessão nos EUA. Até os grandes investidores de Wall Street aguardam valores mais baixos mais para frente.
“Todo mundo está achando que os preços vão cair”, disse Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics. “Até que isso aconteça, ninguém vai comprar.”
O Fed sinalizou mais aperto monetário à frente após seu terceiro aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual na quarta-feira, e o presidente Jerome Powell alertou para uma correção imobiliária. O Goldman Sachs espera que os preços dos imóveis caiam no próximo ano.
Zandi é mais pessimista: ele prevê que o preço médio nos EUA cairá de 5% a 10% em relação aos níveis de pico sem recessão, e até 15% em uma recessão leve. Os valores podem cair 25% em algumas das áreas mais superaquecidas, disse.
Tanto os compradores quanto os vendedores estão empacados. As vendas estão demorando mais porque a demanda entrou em colapso. Mas a oferta também está caindo.
Um relatório desta semana do Zillow Group mostra que o número de imóveis postos a venda em agosto caiu quase 23% em relação ao ano anterior. Isso porque os proprietários que não precisam se mudar não querem trocar juros baixos por juros mais altos.
O resultado é que as transações estão caindo: as vendas de casas de segunda mão caíram pelo sétimo mês consecutivo em agosto, segundo a Associação Nacional de Corretores de Imóveis, atingindo o nível mais baixo desde as profundezas da pandemia em maio de 2020.
Possíveis compradores, como Julie e Edward Soto, ficaram no vácuo. Eles venderam sua casa em Rock Hill, no estado da Carolina do Sul, no final do ano passado, após apenas dois dias no mercado.
Depois que se mudaram para Fort Mill, na Carolina do Norte, a apenas 20 minutos de onde moravam, quase nada parecia sequer valer a pena visitar em um mercado concorrido no início do ano. E mesmo agora que o mercado esfriou, com a alta de juros e perspectiva de deterioração econômica, eles preferem continuar morando de aluguel.
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