Juros do rotativo é o problema mais complexo enfrentado pelo BC até agora; entenda o caso
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em evento nesta sexta-feira (18) que os juros do rotativo é problema mais complexo enfrentado por ele no comando da autarquia.
Durante a live organizada pelos jornais O Globo e Valor Econômico onde o presidente debateu os principais acontecimento no Brasil e no mundo no ano de 2023, Neto apontou a dificuldades em encontrar um ponto em comum entre governo, associações e o Banco Central.
“É o problema que demoramos mais tempo para entender, ver todas as relações no mundo de meios de pagamento e tentar achar uma solução sem criar nenhum tipo de ruptura no consumo, sem prejuízo para consumidores e lojistas. Queremos evitar que essa bola de neve estoure e crie uma ruptura no padrão do uso de cartões”, explicou.
O presidente reforçou que se o mercado não chegar a um entendimento, a lei aprovada recentemente irá limitar automaticamente os juros do rotativo.
“Falhamos em encontrar um acordo, mas ainda buscaremos um entendimento. Não quero ser pessimista, estamos trabalhando em uma solução intermediária”, concluiu a autoridade do BC.
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Juros do rotativo: O que está em jogo?
No último encontro, ocorrido em 7 de novembro, Campos Neto se reuniu com representantes do setor de varejo e pagamentos, mas não houve consenso, e todas as alternativas seguem sendo avaliadas.
Quatro associações estiveram presentes e apresentaram estudos e propostas: Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Abranet (Associação Brasileira de Internet), Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) e Abipag (Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos).
O assunto está nos holofotes há alguns meses. O imbróglio trata do plano do governo Lula de limitar os juros rotativos do cartão de crédito, na tentativa de reduzir as taxas e baratear o crédito. As discussões vêm abordando pontos como:
- o fim do parcelamento sem juros;
- a limitação de parcelas sem juros;
- limitação em 100% durante apenas um ano.
*Com Lorena Matos