Juros DI mais longos aceleram alta nesta sexta, com precificação de bomba relógio fiscal
Os contratos de juros futuros intensificaram o viés de alta nesta sexta-feira (4), ao passo que o mercado precifica na curva de juros mais longa a bomba relógio fiscal desencadeada pela PEC dos combustíveis, que visa reduzir (ou eliminar) a cobrança de impostos.
O governo Bolsonaro tenta aliviar a pressão inflacionária nos postos de combustíveis, além dos botijões de gás e contas de energia elétrica, de olho na popularidade de sua gestão neste ano eleitoral.
Os preços da gasolina, diesel e do gás têm pressionado a inflação, em momento em que a Petrobras (PETR4) busca trabalhar com cotações de mercado.
“As medidas para tentar aliviar os consumidores dos elevados custos dos combustíveis e energia devem aumentar o risco fiscal e as taxas de juros mais longas”, pondera a MCM Consultores em nota.
Colocando ainda mais lenha na fogueira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato ao Planalto, afirmou na quinta-feira (3) que, em um eventual novo governo, não manterá o preço dos combustíveis vinculado ao dólar, como ocorre atualmente com a política de preços praticada pela Petrobras.
Por volta das 11h30, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subia para 11,97%, ganho de 0,63% no ajuste anterior.
O título com vencimento para janeiro de 2025 subia 11,05%, alta de 1,84%.
No mesmo instante, o contrato de juros futuro com vencimento em janeiro de 2027 subia para 11,18%, valorização de 2,15% ante o valor de quinta-feira (3).