Juro real da NTN-B de 5 anos bate máxima desde 2016
A taxa real de juros de títulos públicos corrigidos pela inflação (NTN-B) com vencimento médio de cinco anos e negociados no mercado secundário tem rondado os maiores patamares desde o fim de 2016, reflexo do maior prêmio de risco embutido por investidores receosos sobre as perspectivas para o Brasil em ano eleitoral.
A taxa real estava em 6,222% ao ano nesta sexta-feira (15), depois de bater na véspera 6,26%, máxima desde os 6,36% de 15 de dezembro de 2016, época em que os juros reais vinham em queda em meio ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A alta do juro real pago pelos títulos no Brasil é dramática, e a taxa vem em elevação desde agosto de 2020. No dia 7 daquele mês, o rendimento real da NTN-B de cinco anos bateu 1,11% ao ano no mercado secundário, menor valor desde pelo menos 2006, segundo dados da Refinitiv, apenas dois dias depois de o Banco Central (BC) cortar a Selic para 2%, uma mínima histórica.
“Entendo que há muitas notícias ruins no horizonte, mas… não acho que seja para tanto”, disse André Perfeito, economista-chefe da Necton, para quem o juro real “muito provavelmente” alcançou um pico.
“Contudo, não me sinto ainda confortável em apontar quando deve cair a taxa, e o motivo é trivial. Assumindo que o cenário fique estável me preocupa a dinâmica política no Brasil, onde o Palácio do Planalto jogou todas as fichas nos auxílios à população. E se os resultados das pesquisas não melhorarem? Devemos esperar alguma outra medida do governo?”, questionou o economista.
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