Juro cairá devagar, devagarinho, mas poderá ir a nível inédito
O juro no Brasil irá continuar o seu ritmo de queda, mas agora em um ritmo menor e mais longo, avaliam os economistas consultados pelo Money Times após o Copom decidir cortar em um ponto percentual a taxa Selic, para 8,25% ao ano, nesta quarta-feira (6). A Selic chegou ao menor nível desde outubro de 2013, quando estava em 9% ao ano.
Gostou desta notícia? Receba nosso conteúdo gratuito
Os analistas de mercado chamam a atenção, principalmente, para o trecho em que o BC indica ver como adequado uma “redução moderada na magnitude de flexibilização monetária”, além de avaliar “possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”.
Isso, para Eduardo Loyo e Claudio Ferraz, do BTG Pactual, indica que haverá um corte menor, de 75 pontos-base em na reunião de 25 de outubro, mas um novo no encontro seguinte.
“Embora isso ainda não seja especificado em relação à magnitude e ao tempo, achamos natural se concentrar na possibilidade de um corte final de 50 pontos-base em dezembro”, explicam. A Selic iria, portanto, a 7% no final do ano.
“Essa seria a menor taxa Selic de todos os tempos. Se o declínio na inflação continuar a ser menor do que a maioria dos analistas esperam, o Copom pode decidir ampliar o ciclo de flexibilização por mais do que esperamos, trazendo a taxa Selic para menos de 7,0% no início do próximo ano”, explica a equipe de economistas do Credit Suisse.
O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, concorda na avaliação de que o ritmo poderá cair a 75 pontos-base em outubro.
“Todavia, conforme citamos anteriormente, apesar dos sinais de recuperação econômica emitidos até o atual momento, vemos ainda a necessidade da continuidade do estímulo monetário, pois tal recuperação, além de ser o provável ponto de inflexão da curva, está longe de ter o potencial de primeiramente, reduzir o elevado hiato do produto no curto prazo, ou seja, no espectro de um ano e depois, de converter o fechamento de tal hiato e redução da capacidade ociosa em pressão inflacionária suficiente para deter o ciclo de afrouxamento monetário”, explica.
Com isso, a estimativa da Infinity para 2017 passou de 7,25% para 7,5%, mas o cenário de juro a 6,5% ao ano em 2018 foi reiterado.