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Ibovespa: Julius Baer vê corrosão no fiscal e rebaixa ações do Brasil para neutro

29 nov 2024, 11:58 - atualizado em 29 nov 2024, 11:58
Queda bolsa
(Imagem: iStock/peshkov)

A Julius Baer se juntou a outros bancos, como JPMorgan e Morgan Stanley, e rebaixou as ações do Brasil de compra (overweight) para neutra em meio ao pacote fiscal apresentado pelo ministro Fernando Haddad de R$ 70 bilhões.

A medida, junto com a isenção para quem ganha até R$ 5 mil, virou dor de cabeça para os mercados, com o dólar renovando máximas históricas, a R$ 6,10, enquanto o Ibovespa derrete.

Para o banco, a incerteza continua na frente fiscal, que corroeu a confiança do mercado nos últimos meses. Junto com isso, o aperto monetário pode ser ainda maior para a Selic, com expectativas de que a taxa de política suba dos atuais 11,25% para 14,50% até junho de 2025.

“As incertezas em torno do progresso fiscal, taxas de juros mais altas por mais tempo em 2025 e a falta de catalisadores otimistas dificultam a manutenção de uma perspectiva positiva sobre as ações brasileiras”, disse.

Os analistas dizem que embora as estimativas de consenso apontem para um crescimento atraente do lucro por ação (EPS) de 16% para 2025 e 15% para 2026, “esperamos revisões para baixo devido a taxas de juros mais rígidas em 2025”.

“Além disso, quando os cortes nas taxas voltarem ao foco no terceiro trimestre de 2025, o Brasil se aproximará de sua próxima eleição presidencial em 2026, o que sugere menos progresso nas preocupações fiscais”, recordam.

Ainda segundo o banco, um dólar americano mais fraco ou anúncios de estímulo chinês podem fornecer algum suporte para os ativos brasileiros, “mas não esperamos que esses fatores compensem totalmente a tendência de enfraquecimento doméstico”.

“Para investidores que buscam exposição ao Brasil, altas taxas de juros reais em renda fixa podem oferecer uma oportunidade mais atraente do que ações neste momento”.