Juliana Irala: Estapar e Zletric unem operações
Ao se fundir com uma startup, uma empresa tradicional pode dobrar de tamanho. Foi o que aconteceu com a Estapar.
Após anunciar a fusão da sua subsidiária Ecovagas com a Zletric, startup de recarga de veículos elétricos, analistas da XP Investimentos elevaram o preço-alvo da empresa para R$9,7/ação – o preço atual é de R$4,3.
Fundada há dois anos, a Zletric possui mais de 170 postos de recarga instalados na região Sul e em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Recentemente, em captação realizada na CapTable, maior hub de investimentos em startups do país, a startup foi avaliada em R$50 milhões.
Da união dos postos de recarga da Zletric com os 200 carregadores da Ecovagas, instalados em 29 cidades brasileiras, surgirá a maior empresa do segmento de rede de recarga de veículos elétricos do país. A expectativa é chegar a 1 mil pontos de recarga ainda em 2022.
A combinação das estruturas das duas empresas, que deverá ser concluída em dois meses, é um dos pontos-chave da operação, pois permitirá uma exploração concomitante do mercado de eletromobilidade, no segmento comercial e no segmento residencial e de frotas.
Outro ponto é a complementaridade dos modelos de negócio: enquanto a receita da Zletric vem do B2C, por meio de um modelo de assinatura, a Ecovagas atende o B2B, com contratos de médio prazo com a Volvo e a Stellantis, holding dona da Peugeot, Fiat e da Jeep.
Próximos passos
A ideia é integrar as infra estruturas das duas empresas em apenas uma plataforma, mas ainda não está decidido qual das marcas será mantida. O que já foi decidido é que o CEO da nova empresa será Pedro Schaan, fundador da Zletric, enquanto a Estapar terá a presidência do conselho.
Na divisão, os acionistas da Ecovagas ficarão com pouco mais de 50% da nova companhia, e os acionistas da Zletric, com o restante.
O objetivo da Ecovagas e da Zletric é tomar a frente na construção da infraestrutura de estações de recarga enquanto esse mercado ainda não explodiu no país. A expectativa é que o segmento de carros elétricos tenha uma virada de chave até 2030, quando se espera que o Brasil conte com mais de 2 milhões de veículos desse tipo em circulação.
Quando isso acontecer, as empresas querem já ter consolidado sua posição de pioneirismo e liderança no mercado.