JSL não deve fazer loucuras para comprar Tegma, alerta Ágora
A Tegma (TGMA3) recusou a oferta de fusão com a JSL (JSLG3), mas deixou as portas abertas para propostas mais vantajosas.
Os detalhes da votação mostram que, embora a maioria dos conselheiros vejam valor estratégico na combinação de negócios da Tegma e JSL, eles votaram contra o negócio por causa do valuation.
A JSL disse em fato relevante nesta segunda-feira que no prazo de 15 dias não foi convidada a se reunir com a Tegma e seus assessores para apresentar, em detalhes, o racional, os méritos da operação e potenciais sinergias.
A empresa também acrescentou que não houve oportunidade para demonstrar o preço justo das ações da JSL que seriam dadas como parte relevante do pagamento.
Em virtude do caráter definitivo da proposta, a JSL afirmou que seguirá executando seu planejamento estratégico, seja de maneira orgânica ou através de aquisições.
Para a Ágora, se caso fosse aprovada, a fusão poderia acrescentar R$ 1,90 para a Simpar (SIMH3), holding que controla a JSL.
Por outro lado, a corretora ponderou que Simpar e a JSL necessitam manter a disciplina financeira e nenhuma contra-oferta deve ser feita.
“A JSL tem uma longa lista de alvos de fusões e aquisições e a empresa agora passará para seu próximo alvo de aquisição”, completou.
Na visão do analista da Guide Investimentos Luis Sales, a notícia é marginalmente negativa, mas o ‘não’ da Tegma era a decisão mais provável dada a oferta feita pela JSL.
“O prêmio que seria pago não foi considerado suficientemente atraente, representando 4% do valor dos papéis da Tegma na época, o que levará a JSL a buscar empresas menores no pulverizado setor, para continuar com a sua estratégia de crescimento inorgânico.”
Apesar de possíveis sinergias com o acordo, acrescentou, a Tegma está bem posicionada, sendo líder em logística de veículos pesados novos para praticamente todas as montadoras instaladas no país e principais importadoras.
Com Reuters