Comprar ou vender?

JSL não depende mais do PIB para crescer

09 out 2019, 19:34 - atualizado em 09 out 2019, 23:11
JSL
A JSL desenvolveu “rotas atrativas de crescimento que avançam independentemente da economia como um todo” (Imagem: Site da JSL)

“O mercado costumava enxergar a JSL (JSLG3) como uma empresa a ser somente beneficiada se o PIB do Brasil mostrar expansão”. A avaliação permeia relatório do BTG Pactual sobre a JSL, no qual o banco lista recomendação de compra às ações em início de cobertura. O preço-alvo dos papeis é de R$ 24 – potencial de valorização de 43,6% conforme o fechamento desta quarta-feira (9).

Para o BTG Pactual, o crescimento da receita da companhia ainda depende, em especial dentro da divisão de logística, da expansão da atividade econômica. Por outro lado, a JSL desenvolveu “rotas atrativas de crescimento que avançam independentemente da economia como um todo”.

Neste contexto, a receita da empresa dobrou entre 2013 e 2019, período no qual o PIB do Brasil permaneceu praticamente estável, destacam os analistas Lucas Marquiori e Renato Mimica.

Movida
A Movida é uma subsidiária da JSL no segmento de alugueis e venda de carros (Imagem: Instagram da Movida)

Irreversível

O banco acredita que a terceirização da frota de automóveis dentro da realidade empresarial é “uma tendência irreversível” e, desta forma, “a JSL é uma escolha certa para se beneficiar via subsidiárias Movida (MOVI3), Vamos e CS Brasil – negócios dependentes da terceirização”.

Pela maior dependência destes negócios dentro da composição da receita (aproximadamente 71%), o BTG Pactual destaca que a JSL depende mais de contratos com preços fixos, ajustados pela inflação e de longo prazo ao invés de depender de um crescimento do volume por parte da demanda, dentro da divisão logística.

“A Movida, a Vamos e a CS Brasil são operadoras de contratos de longo prazo, com margens de lucro superiores, cuja expansão contribuirá para o crescimento das margens da JSL”, apontam Marquiori e Mimica.

JSL
A empresa também dispõe de serviços para toda a cadeia de suprimentos (Imagem: Site da JSL)

Líder

Em contrapartida, apesar da participação reduzida da divisão logística dentro da composição da receita da JSL, a companhia é a operadora líder no Brasil desde 2002 e opera em 18 diferentes setores, “o que mitiga o risco de exposição à uma indústria específica”, diz o documento.

Outro ponto destacado pelos analistas foi a capacidade de crescimento da JSL dentro do setor logístico e para outros segmentos de transporte. Como exemplo, o BTG Pactual ressalta que a companhia adquiriu a Movida em 2013 quando tinha frota de 2,4 mil veículos e, hoje em dia, conta com mais de 100 mil.

Desalavancagem

A recuperação da indústria automotiva também deverá beneficiar a JSL em todos segmentos de atuação. Neste cenário, o banco destaca a relação de longa data da empresa com montadoras, ao citar os contratos logísticos de mais de 20 anos com a Ford e a Volkswagen.

Por último, os analistas elogiam a desalavancagem ao longo dos anos e a projeção de queda na relação entre dívida líquida e Ebitda (geração operacional de caixa), passando de 5 vezes em 2016 para 4,2 vezes em 2019 e com expectativa de queda para 3,7 vezes; 3,5 vezes e 3,3 vezes no decorrer do triênio de 2019 a 2021, respectivamente.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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